Publicado em 30 de agosto de 2019 por Mecânica de Comunicação
Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos preconize os aterros sanitários como destino final do material descartado nos aglomerados urbanos, tal solução ainda apresenta alguns impactos ambientais, como a emissão de gases de efeito estufa e a produção de efluentes tóxicos advindos do processo de decomposição dos resíduos. Como meio de contornar esses problemas, alguns países desenvolvidos adotam a reciclagem e a incineração; porém, no Brasil, a reciclagem é restrita a poucas iniciativas e a incineração é utilizada apenas para tratamento de rejeitos industriais e do lixo hospitalar.
Outro problema a ser superado pelo Brasil é representado pelos lixões. Também de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os municípios brasileiros devem abandonar a prática de depositar material descartado nos lixões, dando preferência aos aterros sanitários. Todavia, o uso de lixões é prática recorrente em municípios de pequeno porte e a adoção de medidas mais adequadas do ponto de visto ambiental pode gerar custos elevados. Considerando também que todo aterro sanitário ou controlado possui vida útil reduzida, a incineração novamente pode ser a solução para os problemas descritos, pois a técnica ajuda a aumentar a vida útil dos aterros, além de ser uma fonte extra de receitas pela produção de energia elétrica ou pela venda de créditos de carbono.
Pensando em fomentar a prática de incineração do lixo, uma recente pesquisa acadêmica desenvolveu um software para auxiliar os gestores dispostos a implantar usinas de tratamento de resíduos sólidos com recuperação energética. O programa criado considera dados referentes aos tipos de equipamentos necessários, custos fixos e variáveis para a implantação da usina, estimativas de valores para a comercialização da energia gerada e dos créditos de carbono e também a estimativa de valores referentes à economia de área para aterro sanitário, uma vez que com a implantação de incineradores há uma redução significativa da área necessária para o funcionamento do aterro. Na análise experimental utilizando o software criado, alimentado com dados da região de Foz do Iguaçu, houve 78% de chances de o projeto apresentar lucro, sendo os fatores 'preço de venda' e 'custo variável' os mais instáveis para o sucesso da usina de resíduos, devendo ser, portanto, focos de atenção redobrada por parte do gestor interessado.
O estudo completo foi aprovado como dissertação de mestrado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Ação para Sustentabilidade: Análise de Viabilidade para Implantação de Usina para Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos com Recuperação Energética é de autoria de José Henrique de Oliveira sob orientação de Edison Leismann e Ivonei Freitas da Silva.
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