Publicado em 05 de setembro de 2019 por Mecânica de Comunicação
De acordo com o primeiro relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), o Brasil experimentará, nas próximas décadas, sérias crises em decorrência das alterações no clima, sendo os centros urbanos costeiros as áreas de maior vulnerabilidade. Esse é um dos principais contextos que justificam o conceito das cidades inteligentes, espaços urbanizados que exploram toda a capacidade tecnológica contemporânea de informação e comunicação para aprimorar o fornecimento e gerenciamento de serviços e infraestruturas públicas, além de buscar a inovação de tecnologias como meio para promover o desenvolvimento sustentável.
O compromisso das cidades inteligentes com a sustentabilidade estará cada vez mais em evidência. Apesar das cidades cobrirem apenas 3% da superfície terrestre, elas são responsáveis por 80% do PIB mundial; as cidades também são responsáveis pelo consumo de 80% da energia do planeta e por 75% das emissões de gases do efeito estufa. Devem ser considerados, ainda, a grande extração de recursos naturais, a elevada produção de dejetos e poluentes, entre outros fatores. Nesse sentido, a cidade inteligente oferece algumas ferramentas para combater mazelas do século 21, por exemplo, a ideia de cidade resiliente, ou seja, aquela preparada para enfrentar as consequências de mudanças climáticas, limitando os efeitos de impactos ambientais. Outra solução é o uso de sistemas de métrica ou de medidas de performance, isso é, tecnologias que monitoram e comunicam o progresso em direção a metas sustentáveis pré-estabelecidas; nesse caso, ferramentas e uma frequência constante de relatórios em diferentes níveis de complexidade são itens muito importantes.
Felizmente, já existem experiências brasileiras em consonância com alguns princípios das cidades inteligentes. O Centro de Operações Rio (COR) é uma instalação pública do município do Rio de Janeiro, considerado o quartel-general das equipes operacionais da prefeitura, onde estão reunidos cerca de trinta órgãos públicos. Um recente experimento acadêmico evidenciou uma aglomeração de 87 atores principais sob o sistema tecnológico de informação do COR em seus primeiros seis anos de existência, alcançando níveis satisfatórios em competência tática-operacional, desempenho estratégico e em distribuição equilibrada de ações ligadas à sustentabilidade. Além disso, o COR avança anualmente 24% no desempenho em difundir sua infraestrutura inteligente e, com apoio dela, cresce em 28% ao ano a performance em entregar serviços sustentáveis. Com isso, a cidade do Rio de Janeiro, apontada no PBMC como município brasileiro que seria mais afetado pela mudança climática, equipa-se de maneira preventiva com planejamento e ações para redução de impactos do clima e das probabilidades de riscos.
O estudo completo, Análise das Cidades Inteligentes sob a Perspectiva da Sustentabilidade: O Caso do Centro de Operações do Rio de Janeiro, foi aprovado como dissertação de mestrado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A autoria é de Ana Jana Benites sob orientação de Flávia Luciane de Mello.
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