Publicado em 09 de outubro de 2019 por Mecânica de Comunicação
Apesar de essencial para a existência de vida no planeta, imperativo para o processo físico-químico da fotossíntese vegetal e utilizado em vários processos industriais, o dióxido de carbono tem efeitos nocivos ao meio ambiente, sendo um dos causadores das mudanças climáticas no planeta. Um dos caminhos para reverter os efeitos negativos é o processo chamado sequestro de carbono, baseado na remoção do gás da natureza.
No âmbito da construção civil, o sequestro do carbono pode ser realizado por meio da carbonatação, uma reação química entre o concreto e CO² que provoca a captura e armazenamento do dióxido de carbono na superfície de uma peça de concreto ou na argamassa. A parcela capturada não volta à atmosfera, contribuindo para a mitigação das emissões do gás poluente. Os resíduos da construção e demolição também podem ser dispositivos para o sequestro do carbono; foi verificado que com o material descartado o consumo máximo de gás carbônico está entre 9,14% a 10,56%. A mistura de solo e resíduos, com até 25% de umidade do solo, foi identificada como a mais adequada para o sequestro de CO².
Um fator muito importante para viabilizar a técnica é a granulometria dos resíduos. Em um estudo experimental, foi verificada a adsorção - processo pelo qual átomos, moléculas ou íons são retidos na superfície de sólidos por meio da interação de natureza química ou física - de aproximadamente 1kg de CO² em 1.000kg de resíduos de construção e demolição. Com o aumento da granulometria, houve menor capacidade de adsorção, possivelmente pela redução da área de exposição. Em um quadro hipotético delineado pelo estudo, supondo que uma cidade produza 104.000 toneladas por ano de resíduos de construção e demolição com granulometria entre 0,15 a 0,30 mm, seriam absorvidas 104 toneladas de gás carbônico.
O estudo completo, intitulado Sequestro de Dióxido de Carbono (CO2) por Resíduos de Construção e Demolição, é de autoria de Orlando Damin, com orientação de Deovaldo de Moraes e Aldo Ramos Santos e aprovada pela Universidade Santa Cecília (UNISANTA).
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