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Publicado em 20 de fevereiro de 2020 por Mecânica de Comunicação

Indicadores contribuem para mensurar sustentabilidade em projetos de edificações

A incorporação de condutas sustentáveis por parte do setor da construção civil é uma necessidade devido as demandas atuais, que exigem um crescimento econômico aliado à preservação do meio ambiente e à promoção do bem estar social. 

A busca de uma construção mais sustentável teve início de forma mais consistente no Brasil nos anos 90, com estudos sistemáticos e resultados mensuráveis sobre a reciclagem, redução de perdas e de energia. Outra medida importante foi a intensificação da adoção de sistemas de avaliação e certificação ambientais de edifícios. 

A adoção da ideia de sustentabilidade no setor resulta na incorporação de sistemas construtivos que promovam menor impacto no meio ambiente, adaptando-os para uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras; além da adoção de soluções que propiciem edificações econômicas e o bem-estar social. Para isso, esse setor precisa se engajar cada vez mais, levando as empresas a mudarem sua forma de produzir e gerir suas obras, introduzindo progressivamente a sustentabilidade e buscando, em cada obra, soluções que sejam economicamente relevantes e viáveis para os empreendimentos.

O ciclo de vida do edifício considera como etapas o planejamento, fase de concepção do edifício que engloba sua viabilidade física, econômica e financeira, elaboração de projetos e especificações e a programação do desenvolvimento das atividades construtivas; a implantação, estágio de construção; o uso, período em que o edifício é ocupado por seus usuários; a manutenção, momento em que o edifício possui necessidades de reposição de componentes, manutenção de equipamentos e sistemas, correção de falhas de execução ou patologias; e demolição, etapa de inutilização do edifício por meio de um processo de desmonte. 

Estima-se que a construção e o uso dos edifícios são um dos maiores consumidores dos recursos naturais no ambiente, consumindo 16,6% do fornecimento mundial de água pura, 25% de sua colheita de madeira e 40% de seus combustíveis fósseis e materiais manufaturados. Esta indústria responde também pelo processo de contaminação atmosférica, sendo responsável por uma grande parcela das emissões de C02, principal gás responsável pelo efeito estufa. 

Nesse contexto, é extremamente importante o desenvolvimento de indicadores que possam mensurar essa sustentabilidade e também para aprimorar os índices já conhecidos. Um dos principais objetivos dos órgãos responsáveis pela avaliação da sustentabilidade mundial tem sido criar condições reais para que esses indicadores sejam adaptados à realidade local onde vão ser utilizados e possibilitem clareza no processo de interpretação destes durante a referida avaliação.

O Brasil já conta com alguns esforços para estabelecer indicadores de sustentabilidade, que, no entanto, variam largamente e para que o país possa avançar nesse quesito, é preciso: definir uma metodologia consensual para estruturar indicadores; coletar dados; definir indicadores nacionais, alinhados às tendências internacionais, assim como um bloco dos indicadores locais relevantes em cada caso; medir ou atribuir valores; e interpretar e, eventualmente, agregar indicadores.

As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Indicadores de Sustentabilidade Ambiental na Etapa de Execução de Edificações Multipavimentos defendida por Camilla Pompêo de Camargo e Silva, no Programa de Pós-Graduação em Geotecnia, Estruturas e Construção Civil da Universidade Federal de Goiás, sob orientação da professora Tatiana Gondim do Amaral e coorientação de Karla Emmanuela Ribeiro Hora.