Publicado em 27 de fevereiro de 2020 por Mecânica de Comunicação
O modelo tradicional de economia linear tem recebido questionamentos devido aos prejuízos ambientais causados pelo processo de extrair os recursos naturais para, então, processá-los, consumi-los e descarta-los como resíduos.
Esse modelo gera valor com desperdício; risco de oferta, já que diversas regiões no globo terrestre precisam importar recursos naturais não renováveis e degradação dos sistemas naturais. Além disso, nos últimos anos, órgãos reguladores estão envidando esforços para o estabelecimento de requisitos que buscam reduzir e estabelecer custos para as externalidades negativas, tendo como exemplo a precificação do carbono em diversas regiões do mundo.
Outra questão está ligada ao aumento dos custos, já que a escassez dos recursos naturais exigirá novos modelos operacionais, o que demandará tempo e investimentos. Nesse sentido, a Economia Circular surge como uma alternativa ao modelo econômico tradicional, promovendo novos modelos de negócios e formas de consumo que auxiliam na estabilização do crescimento e na conservação ambiental.
Na Economia Circular, toda a cadeia de valor do produto é levada em consideração, desde a extração de matéria-prima, conversão, fabricação, distribuição, uso e, por fim, a gestão do final de vida, que inclui reuso, reciclagem, recuperação energética, dentre outros meios. Assim, é um modelo que não se baseia no consumo, mas no uso restaurativo, tendo ferramentas como a remanufatura para atingir tal finalidade.
A indústria automotiva ocupa um papel central no desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, pois participa com 22% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria nacional. Ao mesmo tempo que possui uma grande importância na economia, esse mercado gera uma grande quantidade de resíduos em seus processos tanto recicláveis quanto não recicláveis.
Os principais resíduos gerados pelo setor são sucata metálica, óleos e tintas, resíduos perigosos e resíduos inertes. Cada um destes resíduos possui diferentes meios de tratamento, sendo que a sucata metálica passa por processos de separação, descaracterização e reciclagem; os óleos e tintas são armazenados, reciclados ou coprocessados; o resíduo perigoso é armazenado, coprocessado ou incinerado; e o resíduo inerte é reciclado ou disposto em aterro industrial.
As práticas empresariais de gestão ambiental proativa bem como os investimentos promovidos pela indústria automotiva têm demonstrado uma melhora nos indicadores ambientais, que são: o consumo de insumos por veículo produzido, a emissão de gases de feito estufa (GEE) e a geração de resíduos descartados e reciclados. Dessa forma, a adoção dos conceitos de economia circular em toda a cadeia produtiva traria ainda mais benefícios para a indústria, sociedade e meio ambiente.
As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Aplicação dos princípios da economia circular em uma indústria de veículos comerciais defendida por Marcos Tavares Barderi, no Centro Universitário da FEI, sob orientação da professora Maria Tereza Saraiva de Souza.
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