Publicado em 28 de maio de 2020 por Mecânica de Comunicação
A atividade agrícola pode gerar problemas ao meio ambiente, incluindo erosão, salinização, compactação e perda da fertilidade do solo, contaminação e eutrofização dos corpos hídricos, redução da biodiversidade e da disponibilidade hídrica, toxicidade, desertificação e alterações climáticas, entre outros. Assim, é importante avaliar os possíveis impactos do agronegócio.
No caso do coqueiro, planta tropical de grande importância econômica para o Nordeste do Brasil, fazer essa análise possibilita identificar oportunidades de melhoria do seu desempenho. Em 2017, produção brasileira de coco foi de mais de 1,5 milhão de toneladas, sendo a região Nordeste responsável por 74% do total. O Estado da Bahia contribuiu com 30,4% da produção nordestina, seguido por Sergipe, Ceará e Alagoas.
A avaliação do impacto ambiental pode ser realizada por meio do estudo das pegadas de carbono e hídrica, que abrangem categorias de impacto de interesse local e mundial, como escassez hídrica e mudanças climáticas. Além disso, quando o estudo de pegada segue as normas estabelecidas pela Organização Internacional de Normatização (ISO), podem ser utilizados como base em programa de certificação ambiental.
A norma ISO 14067, de 2013, detalha o procedimento para realização de estudo da pegada de carbono, enquanto a norma ISO 14046, de 2014, informa o passo-a-passo para condução de estudo de pegada hídrica. Essas normas têm como base a avaliação do ciclo de vida e possibilitam identificar os principais impactos de um processo produtivo e definir alternativas para a redução dessas pegadas ambientais.
A avaliação do ciclo de vida (ACV) é um método que identifica e avalia os impactos ambientais de um produto a partir da extração de matéria-prima até a sua disposição final. Inúmeras empresas vêm incorporando esse método no decorrer dos seus processos produtivos, com a intenção de diminuir os custos operacionais e melhorar a qualidade do produto final.
Desse modo, a dissertação de mestrado Pegada de carbono e hídrica do cultivo de coco em sistemas de produção convencional no nordeste brasileiro, defendida por Ana Paula Coelho Sampaio, no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Ceará, sob orientação da professora Marta Celina Linhares Sales e coorientação da professora Maria Cléa Brito de Figueirêdo, analisou fazendas de Alagoas, Bahia, Ceará e Sergipe, que produzem cocos.
Entre os resultados obtidos estavam que os processos que mais impactaram na pegada de carbono foram a produção em campo, pelo uso de esterco de frango e ureia; seguida pela mudança no uso da terra e a produção de fertilizantes. Além disso, apontou a necessidade de que aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes seja realizada de forma eficiente, observando-se sempre os valores recomendados e a necessidade da cultura.
Indica-se por fim que seja avaliada a possibilidade de se manter o plantio por um período maior do que 17 anos, visto que em todos os cenários propostos de 30 anos houve redução de 10%, em média, dos impactos das pegadas ambientais.
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