Publicado em 04 de junho de 2020 por Mecânica de Comunicação
O solo é considerado fundamental na proteção de águas subterrâneas, visto que possui capacidade de agir como filtro natural, meio de adsorção, degradação e transformação de substâncias químicas. Contudo, seu uso indiscriminado fez surgir muitos problemas, sendo a contaminação a mais preocupante, uma vez que acarreta profundas transformações negativas ao meio ambiente e aos ecossistemas naturais. Além disso, as substâncias tóxicas presentes neste meio podem chegar às águas subterrâneas, trazendo graves riscos à saúde humana.
No Brasil, há apenas uma legislação que orienta sobre o controle da qualidade da água subterrânea e dos solos em fundação da sua contaminação. Em relação aos Estados, existem algumas ações voltadas ao gerenciamento e reabilitação de áreas contaminadas, como é o caso de São Paulo, por meio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A importância da remediação de áreas contaminadas sustenta-se principalmente na influência dessa contaminação na saúde humana e no meio ambiente. Da mesma forma, é de grande relevância que as tecnologias de remediação sejam selecionadas e implementadas de forma adequada, com a fundamentação técnica e um pensamento sustentável conciso e concomitante, uma vez que, caso contrário, os impactos negativos podem superar os aspectos positivos de sua aplicação.
Nesse sentido, a remediação sustentável já é considerada base essencial para o processo de tomada de decisão, em relação principalmente às medidas de intervenção a serem adotadas, evitando cada vez mais a possibilidade de geração de inconvenientes sobre o ecossistema e a saúde humana. Ela traz ainda uma mudança de paradigma, ao objetivar não transferir simplesmente o problema para outro meio, localização geográfica ou geração, ou enfocar somente nos resultados de remoção.
A remediação sustentável proporciona uma avaliação de longo prazo de riscos, benefícios e de retorno dessas áreas através de seus usos futuros, considerando sempre os impactos ambientais, sociais e econômicos em todas as fases das atividades de remediação.
Assim, uma série de organização em todo mundo está debatendo sobre como alcançar o desenvolvimento sustentável ao remediar áreas contaminadas, a fim de alcançar a remediação sustentável. Um exemplo é o Sustainable Remediation Forums (SuRF). Criado em 2006, nos Estados Unidos, por profissionais inseridos em projetos de remediação, pesquisadores e indústrias, resultando na primeira coalização dedicada especificamente à remediação sustentável.
O SuRF tem como objetivo principal aplicar os conceitos de sustentabilidade ao longo do ciclo de vida de projetos de remediação, desde a investigação do local até o fechamento. Portanto, tem como finalidade promover o uso de práticas sustentáveis durante a investigação, construção, remediação, remodelação e monitoramento de áreas em remediação, equilibrando a viabilidade econômica, a conservação de recursos naturais e a biodiversidade, bem como a melhoria da qualidade de vida nas comunidades vizinhas. No Brasil, surgiu em 2010 com alguns focos principais, tais como: aceitação da sociedade, reutilização da terra e de recursos hídricos, segurança e saúde.
As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Proposta de método de avaliação da sustentabilidade para a remediação de áreas contaminadas, defendida por Adeli Beatriz Braun, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo, sob orientação do professor Antonio Thomé.
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