Publicado em 18 de junho de 2020 por Mecânica de Comunicação
A geração de resíduos orgânicos representa a maior fração dos resíduos sólidos gerados pelo modo de vida urbano nas cidades do mundo, sendo sua representatividade inversamente proporcional ao nível de desenvolvimento econômico do país.
No Brasil, o cenário de tratamento desses resíduos ainda é incipiente, no qual apenas 0,3% dos resíduos são compostados. Com vistas a alterar o quadro, o Ministério do Meio Ambiente formulou a Resolução CONAMA nº 481 (2017), que estabelece critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos.
Segundo a Resolução, para que ocorra a compostagem é necessário que o processo seja biológico e controlado, onde uma população diversificada de organismos irá degradar o material, em condições aeróbias e termofilicas, resultando como produto final, um material estabilizado, com propriedades e características diferentes do material de origem.
Contudo, quando comparados com materiais prontamente recicláveis como papel, plástico e metal, a recuperação da fração orgânica apresenta desafios. Dentre as dificuldades para se realizar a compostagem, a geração de odores é a principal. Emissão de gases e bioaerossóis são preocupações a serem superadas em plantas de compostagem.
Desse modo, para a produção de composto de alta qualidade, controle e gerenciamento do processo são indispensáveis. Entre os parâmetros observados estão: pH, relação carbono/nitrogênio (C/N), umidade do material e durante o processo de degradação, taxa de aeração, tamanho das partículas e porosidade. Erros na condução do processo levam a produção de odores, aumento dos impactos ambientais e a um composto de baixa qualidade.
Quando bem executada, a compostagem é uma opção viável e traz muitos benefícios ambientais, como a redução de gases de efeito estufa (GEE), diminuição da produção de chorume em aterros sanitários e tem potencial para uso como fertilizante de solo.
A manutenção da temperatura na fase termofilica em processos de compostagem superiores a 55ºC eliminam patógenos e ervas daninhas em composto. Para a saúde humana, esse tipo de compostagem exerce papel importante na eliminação de organismos patogênicos.
Outro benefício da compostagem, além dos ganhos ecológicos e sociais, é que nas cidades menores, onde há ausência de recursos, ela pode ser uma alternativa aos lixões ainda em operação no Brasil. Atualmente, para grandes cidades, devido a saturação dos aterros sanitários existentes a indisponibilidade de áreas próximas aos grandes centros urbanos, pode contribuir para a alteração do modelo adotado.
As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Compostagem em Áreas Urbanas: lições aprendidas no projeto feiras e jardins sustentáveis da Lapa, São Paulo - SP, Brasil, defendida por Rafael Golin Galvão, no Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis na Universidade Nove de Julho - UNINOVE, sob orientação do professor Mauro Silva Ruiz.
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