Publicado em 30 de julho de 2020 por Mecânica de Comunicação
O saneamento básico é um dos indicadores de análise que reflete a condição socioeconômica de um país. Isso porque indicadores demonstram que há uma correlação entre investimento em saneamento e saúde pública. Um de seus pilares é o tratamento de água. E manter a sua qualidade em todo o sistema de distribuição é um trabalho extremamente técnico.
As águas superficiais como de córregos, rios e açudes são captadas e bombeadas para as estações de tratamento de água onde recebem os tratamentos adequados que as caracterizam ao final do processo como água potável.
Nesse tipo de água, é comum haver contaminantes biológicos, que devem ser removidos para garantir uma água de qualidade. Dentre os patógenos mais comuns estão os coliformes, vírus entéricos, pseudômonas e protozoários. Assim, para auxiliar na redução desse material biológico, se utilizam agentes desinfetantes no tratamento, sobretudo a base de cloro, como dióxido de cloro e o próprio gás cloro e a água eletroquimicamente ativada (ECA) gerada por sistema de eletrólise.
No entanto, a formação de produtos secundários da desinfecção é um dos grandes obstáculos para a manutenção da qualidade da água. Os agentes desinfetantes a base de cloro ao se reagirem com matéria orgânica tendem a formam trihalometanos, ácidos haloacéticos, dentre outros, que são produtos com ação cancerígena.
De fato, o uso do cloro para desinfecção de água potável tem sido utilizado amplamente por mais de 100 anos, por ser de baixo custo e apresentar maior residual em sistemas de distribuição. Porém, há outros desinfetantes que são os processos oxidativos avançados (POAs), como a utilização de radiação não ionizante luz ultravioleta na faixa germicida 254 nm; ultrassom, eletrólise os quais têm-se mostrado muito eficientes na oxidação dos compostos biológicos.
A eletrólise tem chamado a atenção para a desinfecção de água para consumo humano por se mostrar menos agressiva ao meio ambiente e ter resultados satisfatórios na manutenção da qualidade da água. A eletrólise do cloreto de sódio gera uma ECA, que além de agir como agente desinfetante permite a oxidação de material incrustrado no interior das adutoras deixando o sistema de distribuição em condições adequadas para operação.
Os íons ferro e manganês são problemas recorrentes nas águas de abastecimento, sendo oriundos dos mananciais e/ou também de deformidades nas adutoras. São metais que causam danos à saúde e por isso, devem ser removidos da água. Para isso, é adequado utilizar-se de quelantes, sequestrantes, de ferro e manganês, como meio para adequar a água a potabilidade. Um quelante viável é o orto-polifosfato que tem potencial para ser aplicado em Estações de Tratamento de Água (ETAs).
As considerações acima foram extraídas da tese de doutorado Inovações tecnológicas para o tratamento de água para consumo humano, defendida por José Waldir De Sousa Filho, no Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Química de Minas Gerais, na área de concentração Química Ambiental, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sob orientação do professor Geoffroy Roger Pointer Malpass.
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