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Publicado em 24 de setembro de 2020 por Mecânica de Comunicação

Edifícios comerciais mais sustentáveis resultam também em benefícios econômicos

A Gestão da Qualidade foi a primeira evolução no patamar do setor da construção civil (Baseline–Qualidade). Muitas empresas que não acompanharam esta transformação deixaram de ser competitivas ou até deixaram de existir. Já a segunda mudança está ligada ao tríplice aspecto da sustentabilidade (Baseline-Sustentabilidade). Certamente, assim como ocorreu com a Baseline–Qualidade, muitas empresas que não aderirem a esta nova fase, deixarão de ser apreciadas pela sociedade e/ou passarão a ter produtos inadequados e com baixa competitividade, colocando em risco sua própria sobrevivência.

Essa consolidação se deve demanda cada vez maior da sociedade e das empresas que se preocupam com os impactos negativos que o setor da construção civil pode causar no meio ambiente. Nesse sentido, a metodologia de Análise do Ciclo de Vida (ACV) é a maneira mais objetiva para avaliar os impactos ambientais dos materiais e sistemas construtivos. Ela é baseada na quantificação de todos os fluxos de matéria e de energia estabelecidos por cada produto ao longo do seu ciclo de vida, ou seja, da sua origem ao seu fim. A perspectiva futura é de que todos os fabricantes, prestadores de serviço, construtoras e incorporadoras forneçam as informações necessárias para que se possam mensurar efetivamente os impactos ambientais causados no desenvolvimento de obras de construção civil.

Alguns estudiosos defendem, ainda, a integração da metodologia da Análise do Ciclo de Vida do empreendimento e da BIM para o desenvolvimento de edifícios mais sustentáveis. Na prática, a integração pode auxiliar na avaliação de atributos nas certificações ambientais existentes e apurar o custo ao longo do ciclo de vida do empreendimento. A integração apresentada ainda é limitada às informações e banco de dados existentes no mercado, mas não engloba a totalidade dos atributos necessários para avaliação completa do empreendimento. Porém, já se apresenta como uma perspectiva simples, intuitiva e fácil de utilizar, que otimiza o prazo e realiza cálculos rapidamente.

Para os edifícios de escritórios mais sustentáveis, o componente vital é a integração entre os empreendedores, construtores, projetistas, operadores e usuários, de forma a promover o conhecimento e, consequentemente, melhorar a performance no ciclo operacional do edifício. No entanto, integrar e conscientizar os usuários dos edifícios de escritórios mais sustentáveis é uma barreira global.

Desse modo, para atender a esta demanda e à necessidade deste público, os empreendedores devem rever de forma sistêmica todo o ciclo de vida do empreendimento, desde sua concepção, projeto, implantação e operação, até a sua readequação, com o objetivo não apenas de promover os aspectos ambientais e sociais do empreendimento, como também de demonstrar e promover as vantagens econômicas para o usuário.

Com base em 60 edifícios americanos certificados pelo LEED, foi possível demonstrar algumas vantagens dos edifícios de escritórios mais sustentáveis quando comparados aos edifícios de escritórios convencionais:

  1. em média, 25% a 30% mais eficientes em energia elétrica;
  2. caracterizados por baixo pico de energia;
  3. mais suscetíveis de gerar energia renovável no local;
  4. tem maior probabilidade de adquirir energia gerada por fontes renováveis.

Além disso, a tese de doutorado Certificação da Sustentabilidade de Edifícios de Escritórios Corporativos no Brasil, defendida por Wilson Saburo Honda, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, sob orientação do professor João da Rocha Lima Jr., também demonstra que o custo do condomínio de um edifício de escritório mais sustentável é menor em relação a um edifício de escritórios convencional.

Foto: GBC Brasil