Publicado em 07 de janeiro de 2021 por Mecânica de Comunicação
A remediação de um ambiente contaminado pode ser feita utilizando alguns tipos de tratamentos como: físico, químico ou biológico. A fitorremediação é um sistema tecnológico que engloba vários procedimentos ainda em desenvolvimento que prevê a utilização de plantas para limpar ou remediar solos contaminados.
Considerada ambientalmente apropriada, essa tecnologia é uma forma segura e também barata de remover contaminantes. O processo consiste em introduzir espécies vegetais no ambiente contaminado permitindo que elas assimilem as toxinas em suas raízes e folhas. Tal processo pode ser grande aliado na descontaminação de metais pesados, pesticidas, xenobióticos, compostos orgânicos e poluentes aromáticos tóxicos.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) desenvolve pesquisas na área de fitorremediação desde os anos 1980 e apresenta uma tabela de plantas que são comprovadamente remediadoras de metais pesados, como a Brassica juncea popularmente conhecida como mostarda-castanha ou mostarda-marrom; a Thlaspi caerulescens e a Alyssum wulfenianum, pertencentes à família das Brassicáceas; Populus deltoides, Populus charkowiieensis e Populus tricocarpa arbóreas hibridas pertencentes à família das Salicaceae; e a Helianthus annuus, popularmente conhecida como girassol.
No entanto, essa tecnologia não é recomendada para todos os tipos de contaminação, por exemplo, em casos onde ela seja mais profunda, ou a concentração do composto seja muito elevada. Além disso, o potencial remediador irá depender da interação entre solo, contaminante e planta, que está diretamente relacionado com as condições climáticas.
A fitorremediação ocorre em três formas básicas, as duas primeiras envolvendo processos de absorção e a última, processos de adsorção; e pode ser subdividida em seis mecanismos que podem ser diferenciados pela forma de atuação, pelas características do solo, pelos meios 24 contaminados (solo argiloso, solo arenoso, água superficial, água subterrânea) e pelos tipos de contaminação, associados à concentração disponível no solo.
Uma das principais vantagens da tecnologia é o custo reduzido. O tratamento sempre acontece no local da contaminação, evitando possíveis extravios em outras áreas pelo transporte. Na maioria dos casos não gera grandes volumes de resíduos, podendo aproveitar a biomassa para geração de energia, alimentação de animais (caso não esteja contaminada por um elemento toxico), e fonte de reposição mineral de área com déficit nutricional. Pode-se utilizar uma grande diversidade de plantas. Ajuda a corrigir o equilíbrio ecológico da área afetada e reduz drasticamente o volume de contaminante para destinação final.
É importante ressaltar que a fitorremediação não se trata simplesmente de plantar e cultivar algumas espécies hiperacumuladoras de metais em uma determinada área contaminada. Refere-se a um procedimento de grande complexidade e estratégia, que requer um projeto com profissionais que possuam experiência em campo, os quais poderão selecionar as espécies adequadas para metais específicos levando em consideração as peculiaridades da região contaminada.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Fitorremediação por meio de Plantas Ornamentais para Recuperação de Áreas Urbanas Contaminadas com Chumbo, defendida por Roberta Mertz Rodrigues, no Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Limpas do Centro Universitário de Maringá, sob orientação da professora Sonia Tomie Tanimoto e coorientação da professora Ana Paula Machado Velho.
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