Publicado em 11 de março de 2021 por Mecânica de Comunicação
As erosões são responsáveis por grandes impactos ambientais como o assoreamento de rios e lagos, a eutrofização de cursos d’água e a perda de biodiversidade. No Brasil, a erosão hídrica laminar é predominante, quando comparada com a erosão eólica, sendo que tais tipos de erosões possuem a característica de ser dificilmente percebidas, pois não formam sulcos ou ravinas no solo.
O processo da erosão hídrica pode ser compreendido em três estágios: desagregação, transporte e deposição. O arrastamento superficial de partículas, que caracteriza a erosão hídrica pluvial, é iniciado com as chuvas que ultrapassam a capacidade de infiltração da terra e quando atingem o solo causam a desagregação de partículas. Os fragmentos arrancados são transportados para as partes mais baixas da bacia onde são depositados.
Os processos erosivos são continuamente intensificados pela ação antrópica, o que ocasiona o aceleramento das perdas. Diante disso, foi estabelecido um limite tolerável das perdas do solo, de forma a garantir o seu uso sem prejuízos financeiros e produtivos; esse limite se dá em relação às características intrínsecas de cada solo e tem o intuito de garantir o uso sustentável. Conforme as perdas de solos superam a taxa de renovação, os limites de tolerância são excedidos e ocorre o processo de erosão acelerada.
A cobertura da terra é a condição física que atua na intensidade da perda de solo por erosão laminar. Diversos estudos afirmam que a cobertura vegetal natural oferece a melhor proteção aos solos contra os processos erosivos, pois o adensamento das matas atua na interceptação das águas que alcançam os solos com menor velocidade. Assim sendo, as folhas também desempenham papel importante, servindo como superfície de retenção da água para posterior evaporação.
Especificamente no Cerrado, a fragmentação da vegetação nativa está associada a expansão das atividades de agropecuária. O modelo de ocupação desse bioma, pautado na supressão da vegetação nativa, incorre na degradação dos solos a partir da compactação e ocorrência de erosão. No Centro-Oeste do país, um estudo observou que as áreas com alta erosividade e alta erodibilidade, mas recobertas com vegetação nativa são mais resistentes aos processos erosivos.
Isso significa que o reflorestamento em sistemas silvipastoris acarreta diversos reflexos positivos como, por exemplo, a melhoria da ciclagem de nutrientes, o aumento da infiltração de água no solo e a redução do escoamento superficial com consequente redução das erosões. Dessa forma, o reflorestamento é a forma mais eficiente para o controle de erosão em regiões degradas. Nos Latossolos do Cerrado, a presença de vegetação pode reduzir em até 90% as perdas de solo. Em solo exposto, o emprego de cobertura morta reduz em até 75% a perda de sedimentos, com efeito na quantidade de matéria orgânica e nutrientes perdidos.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Cenário sobre a Perda de Solos na Região Metropolitana de Goiânia e Alternativas para Mitigação, defendida por Gabriella Santos Arruda de Lima, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (CIAMB), da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob orientação do professor Nilson Clementino Ferreira e coorientação do professor Manuel Eduardo Ferreira.
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade