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Publicado em 27 de maio de 2021 por Mecânica de Comunicação

Compostagem de resíduos orgânicos pode trazer redução de custos às universidades

Pensando em métodos de reaproveitamento dos resíduos sólidos orgânicos, que somam boa parte do lixo domiciliar produzido no Brasil, uma alternativa seria o uso da técnica de compostagem, pois além de acarretar poucos custos de processamento produz como resultado final o composto orgânico, usado como fertilizante no solo.

A compostagem é um processo que envolve perda de calor sob um sistema em condições aeróbicas. Durante o processo de compostagem os micro-organismos presentes no meio degradam a matéria orgânica produzindo o composto orgânico. O material obtido possui características específicas: coloração escura; de 50% a 70% de matéria orgânica; rico em húmus. Muitos são os benefícios do adubo orgânico, porém deve-se enfatizar não somente os nutrientes para as plantas, mas principalmente as suas propriedades modificadoras físicas, químicas e biológicas do solo

Ele requer planejamento (seleção de matérias-primas e misturas) e um adequado monitoramento dos parâmetros de controle. Os principais parâmetros são: temperatura, pH, umidade, concentração de oxigênio e porosidade.

Por se tratar de um processo basicamente termofílico e mesofílico são necessários alguns cuidados; manter a temperatura entre os padrões máximos e mínimos para que não afetem os microrganismos decompositores. Nesse sentido, a média deve ser de 55ºC. Temperaturas maiores que 65ºC não são aconselhadas, pois podem resultar na morte dos microrganismos presentes no processo, responsáveis pela degradação dos resíduos orgânicos.

Além disso, manter a umidade dentro dos limites adequados é essencial para eficiência dos microrganismos. Umidades muito elevadas ou baixas reduzem a produtividade da compostagem. O monitoramento correto da umidade e temperatura do processo é um fator determinante para o produto final, assim como a qualidade da matéria-prima usada no início do processo.

Nesse sentido, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) implantou uma técnica pioneira para compostagem de todo o material orgânico gerado no campus, com o objetivo de trazer uma economia anual de cerca de R$ 500 mil, que seriam gastos com transporte e destinação final. A UFPE gera diariamente aproximadamente 9 toneladas de resíduos orgânicos, destes 1 ton/dia é de resíduos de alimentos, os demais são provenientes da limpeza urbana.

É importante compreender como melhor gerenciar os diferentes tipos de resíduos orgânicos gerados no campus da UFPE e, de forma análoga, na área da maioria dos pequenos e médios municípios do Brasil. Mais especificamente, são gerados os resíduos da limpeza urbana, que incluem podas de árvores, material de varrição e outros resíduos orgânicos predominantemente lignocelulósicos, de difícil decomposição.

Além desses, são geradas quantidades significativas de restos da preparação e consumo de alimentos, os quais geralmente têm maiores teores de nutrientes, maior umidade e maior degradabilidade. A combinação desses materiais pode acelerar a decomposição dos materiais de menor qualidade e facilitar o aproveitamento desses resíduos.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Avaliação do Processo de Compostagem com Diferentes Proporções de Resíduos de Limpeza Urbana e Restos de Alimentos, defendida por Alice Sabrina Ferreira da Silva, Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares da Universidade Federal de Pernambuco, sob orientação do professor Rômulo Simões Cezar Menezes e coorientação de Dário Costa Primo.