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Publicado em 28 de abril de 2022 por Mecânica de Comunicação

Uso de drones contribui na preservação de Unidades de Conservação 

No estado de Sergipe, a única Unidade de Conservação federal existente, o Parque Nacional Serra de Itabaiana (PARNASI) apresenta dificuldades de gestão. Diversas pesquisas científicas têm sido realizadas no PARNASI e indicam a existência de impactos que estão comprometendo os ecossistemas ali encontrados, como desmatamento, abertura de trilhas, estradas, áreas de cultivo, lixo, represamento hídrico, edificações e mineração. Além disso, incêndios ocorrem com frequência sem registro de ocorrência por ação natural, mas em decorrência de ações antrópicas associadas à queima de roça e pasto, exposição do solo, práticas religiosas e causados por moradores e visitantes.  

A adoção de uma estratégia para a aquisição de novos dados sobre os impactos ambientais se faz necessária. Nesse sentido, as novas tecnologias, a exemplo de pequenos drones, têm se apresentado como soluções potenciais para ajudar na resolução de problemas no campo da conservação e, de forma conjunta, os sistemas de informação podem contribuir de forma importante para o conhecimento. 

Os pequenos drones são cada vez mais usados por empresas madeireiras e agências florestais governamentais para diversas aplicações de planejamento, mapeamento e monitoramento ambiental. Têm sido utilizados em variadas aplicações não só no mercado, mas também em pesquisas científicas em todo o mundo.  

A vigilância do avião monitorou a vida selvagem durante décadas, mas os drones podem transportar pequenos computadores, câmeras e vários sensores capazes de tirar fotos e vídeos em alta resolução, podendo fornecer informação mais barata e melhor em comparação com as obtidas por aeronaves tripuladas ou imagens de satélite. 

Estima-se que a utilização de drones provavelmente aumentará rapidamente, pois estão cada vez mais sofisticados e acessíveis e outras melhorias vão continuar, uma vez que as tecnologias estão se tornando mais baratas, mais rápidas e mais fáceis de serem utilizadas. 

As Organizações não-governamentais (ONGs) de conservação da natureza e gestores de áreas protegidas em todo o mundo estão se interessando em usar pequenos drones para tarefas relacionadas à conservação, como por exemplo: vigilância da vida selvagem, monitoramento da mudança de uso e cobertura da terra e atividades ilegais em áreas protegidas como a caça ilegal. Atores ilegais podem se sentir mais intimidados por pequenos drones do que por agentes humanos devido à suas capacidades de vigilância. 

De posse de dados atualizados e confiáveis, os gestores podem fazer uso de diversas técnicas de tomadas de decisão para escolha da melhor alternativa para a solução de conflitos com menor subjetividade na análise do problema.  

Nesse contexto, o método multicritério tem se apresentado como ferramentas eficientes no apoio ao processo de tomada de decisão em diversas áreas da engenharia, urbanismo, gestão e tratamento de resíduos sólidos, análise ambiental de susceptibilidade erosiva de bacia hidrográfica e análise da vulnerabilidade à desertificação no semiárido brasileiro. A análise multicritérios permite, a partir da definição de pesos e notas atribuídas às diferentes variáveis e suas respectivas classes, combinar as variáveis e gerar um mapa síntese e, dessa forma, contribuir no processo de decisão dos gestores. 

As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Mapeamento e avaliação de impacto ambiental utilizando aeronave  remotamente pilotada no Parque Nacional Serra de Itabaiana, defendida por Jônatas Lemos Rodrigues, no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Sergipe, sob orientação do professor Milton Marques Fernandes e coorientação do professor Adauto de Souza Ribeiro.