Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

BLOG SOBRATEMA

Publicado em 19 de maio de 2022 por Mecânica de Comunicação

Práticas de economia circular na agricultura geram benefícios ambientais e vantagens competitivas

As práticas de economia circular possuem iniciativas inclinadas em ações de ciclo fechado de materiais e energia. Na agricultura, as ações podem reduzir a geração de resíduos animais e agrícolas, redirecionar materiais de saída para uma origem mais sustentável, gerar eletricidade limpa, produzir biofertilizante e combustível de origem renovável, tornar a cadeia produtiva mais sustentável, reduzir/evitar custos, e outros. Tais práticas estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento sustentável nas propriedades rurais podendo contribuir com inovação e tecnologia.  

De acordo com a British Standard Institution, as atividades são complexas, apresentando muitas informações teóricas e técnicas sobre o assunto. Faltam, também, estruturas práticas a fim de auxiliar as organizações e torná-las mais circulares. A economia circular precisa ser atrelada com outras abordagens econômicas e sociais, a fim de apresentar resultados mais assertivos nos três aspectos da sustentabilidade, gerando assim, uma economia circular de alta performance.  

Os fluxos de matérias e energia no setor agrícola são de particular relevância para a economia circular. O ponto-chave é aumentar a eficiência e diminuir os resultados indesejados. Diante disso, a atuação na agricultura com o passar dos anos tem mudado a forma de plantar, colher e gerenciar os alimentos.  

As potenciais utilizações no campo em âmbito global foram apresentadas por diversas áreas e pesquisadores, como em cogumelo, biogás, laticínios e agroalimentar. No contexto brasileiro destacam-se no setor das biorrefinarias. Outra temática bastante relevante é a reutilização de águas residuais em sistemas agrícolas. A reutilização da água contribui com o aspecto ambiental no fechamento de ciclo dentro de propriedades rurais. 

Uma estratégia que apoia o desenvolvimento em direção a uma economia circular é a ecologia indústria, cujos objetivos são melhorar a eficiência dos recursos, além de levar a benefícios ambientais, financeiros e sociais mútuos para as organizações envolvidas.  

Já a simbiose industrial tem como objetivo de identificar pontos fortes, tendências e oportunidades para o desenvolvimento contínuo. Um recurso fundamental da simbiose industrial é a capacidade de considerar diferentes tipos de indústrias, levando em consideração os parceiros, a montante e a jusante da cadeia.  

A aplicação da simbiose industrial em pequenas fazendas e a geração de um modelo de fluxos entre animais e peixes, produção de ração, sistema de digestor, mercado e casa do consumidor pode resultar no crescimento de uma rede sustentável de agricultores em países menos desenvolvidos e subsidiar respostas às crescentes pressões sobre o meio ambiente e os sistemas alimentares.  

 

A instalação de sistemas de biodigestores pode estar atrelada ao desenvolvimento sustentável. A destinação final de biomassa, gordura animal, resíduos agrícolas, esterco de animais, restos de alimentos e afins contribuem com o aspecto ambiental da sustentabilidade. Em termos econômicos, o biodigestor pode gerar biogás e este, por exemplo, gerar energia elétrica para ser utilizada na própria fazenda. Poderá, também, ser vendido para a rede de eletricidade ou, ainda, utilizar o sistema compensado. Além disso, o biogás pode ser purificado e transformado em biometano para abastecer veículos locais e de vizinhos, contribuindo com a redução nas emissões atmosféricas e redução na produção de combustíveis de origem fóssil.  

Portanto, a utilização da economia circular pode ser benéfica para os produtores rurais de modo que custos podem ser reduzidos e resíduos podem ser reaproveitados, gerando vantagem competitiva, maior agregação de valor interno dos materiais, autonomia e independência.  

As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Ferramenta para promover a economia circular em propriedades rurais, defendida por Murillo Vetroni Barros, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, sob orientação do professor Cassiano Moro Piekarski.