Publicado em 18 de agosto de 2022 por Mecânica de Comunicação
Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou a poluição como um fator de grande risco para a saúde ambiental mundial. Anualmente, a poluição do ar contribuiu para aproximadamente 7,6% do número total de mortes mundiais. Neste contexto, o estudo de poluentes atmosféricos é fundamental pois, eles trazem consequências negativas para a população.
Convencionalmente, a qualidade do ar é monitorada através de estações terrestres. Essas medições no solo, apesar de serem capazes de indicar precisamente o nível de concentração de poluentes atmosféricos e suas variações temporais, apresentam um monitoramento limitado pelo alto custo e escassa cobertura espacial. Além disso, as observações realizadas na superfície não podem capturar a variação vertical de poluentes acima dela. Nesse sentido, a detecção remota apresenta maiores vantagens pois fornece informações sobre a poluição do ar em áreas extensas, de maneira rápida e eficiente.
O sensoriamento remoto (SR) remete a utilização de sensores para aquisição de informações sobre um objeto (alvo), área ou fenômeno da superfície, sem que haja contato direto entre eles. Técnicas de detecção remota têm sido utilizadas para estudar diversos fenômenos. Na detecção remota, um conceito fundamental é o da radiação eletromagnética. Entender a sua interação com alvos como a vegetação, os corpos d’água e até a atmosfera, é essencial já que a radiação recebida pelo sensor sofre alterações específicas devido as propriedades desses elementos.
A obtenção de dados da superfície terrestre por meio do SR facilita o acompanhamento e avaliação da evolução da paisagem, permitindo consequentemente, o seu monitoramento ao longo prazo. Os sensores registram as informações por meio da radiação eletromagnética que pode ser emitida diretamente pelo sensor, sensor ativo, ou pelo sol, sensor passivo.
O monitoramento de poluentes atmosféricos através da detecção remota pode fornecer dados importantes para subsidiar órgãos de gestão ambiental, em relação ao planejamento, e alertar a população em geral em termos de risco e vulnerabilidade a exposição de poluentes. Além disso, esse monitoramento é fundamental para entender os impactos que as atividades antropogênicas têm na emissão de poluentes do ar. As imagens de satélite, como o Sentinel 5P e MODIS AOD, podem ser uma boa alternativa para o monitoramento da qualidade do ar em relação a estações de monitoramento terrestre.
O Sentinel 5P TROPOMI realiza medições atmosféricas com alta resolução espaço-temporal, a serem usadas em estudos da qualidade do ar, radiação de ozônio e ultravioleta e monitoramento e previsão do clima. Já o MODIS AOD tem o objetivo de monitorar globalmente a espessura óptica do aerossol sobre os oceanos e continentes. A profundidade óptica do aerossol (AOD) é uma medida do conteúdo do aerossol atmosférico colunar. O SR tem sido usado para recuperar AOD sobre o continente e o oceano em resoluções espaciais de 1 km.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Geotecnologias aplicadas a detecção de mudanças na poluição atmosférica: Estudo de caso Nordeste Brasileiro, defendida por Laízy de Santana Azevedo, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação da Universidade Federal de Pernambuco, sob orientação da professora Ana Lúcia Bezerra Candeias.
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