Publicado em 13 de outubro de 2022 por Mecânica de Comunicação
Na escola pública, a busca de promoção de modos de vida saudáveis ocorre principalmente a partir do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que estabelece entre suas diretrizes o desenvolvimento sustentável pelo incentivo à aquisição de gêneros alimentícios diversificados, em especial os produzidos em âmbito local e, preferencialmente, pela agricultura familiar.
O PNAE também estabelece ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN), que tem como um dos principais objetivos estimular a adoção autônoma e voluntária de práticas alimentares saudáveis a partir de ações educativas pautadas na crítica, no diálogo, na problematização da realidade pessoal e social do indivíduo. Esta prática visa promover a formação crítica do ser humano, principalmente, em relação às dimensões indispensáveis de sua existência, que fazem parte da cultura material, como é o caso da alimentação.
Para atingir essa meta, é necessário que os professores e demais profissionais da escola promovam atividades integradoras que ampliem a percepção e a leitura desse tema por parte dos estudantes. Ações com essa abordagem exigem o uso de recursos educacionais que favoreçam a reflexão e o diálogo entre os alunos sobre prática relacionada ao seu comportamento alimentar.
Para o educador Paulo Freire, o alimento retoma sua característica de elemento constitutivo do mundo que se relaciona com a economia, com o capital, com a saúde, com a cultura, com o trabalho. Desse modo, o método de compostagem desenvolvido nas instituições escolares apresenta-se como um elemento pedagógico capaz de articular teoria e prática de forma crítica com fim na aprendizagem significativa.
A compostagem é o processo de degradação controlada de resíduos orgânicos sob condições ideais de umidade, oxigênio e de nutrientes, tendo como resultado final o composto orgânico. Uma pesquisa utilizando análise de decisão baseada em multicritérios apontou que a reciclagem de resíduos inorgânicos e a compostagem dos resíduos orgânicos demonstram-se como o melhor cenário para o desenvolvimento sustentável social, econômico e ambiental.
A inserção de temas transversais nos currículos escolares que abordem questões relacionadas às sustentabilidades ambiental, social e econômica aponta para uma prática educativa que estabelece a relação entre o aprendizado de conhecimentos sistematizados com a realidade e propõe a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade.
Sendo assim, o (re)aproveitamento dos resíduos orgânicos produzidos em refeitórios sob forma de compostagem visa contribuir para a redução dos impactos causados pela cultura do desperdício sobre a vida da Terra e da espécie humana com ela. A utilização da composteira como ferramenta de articulação entre teoria e prática nas diversas disciplinas propõe lançar sementes de reflexões sobre a necessidade de se discutir que o verdadeiro desenvolvimento só pode ser alcançado a partir de um desenvolvimento ecológica e socialmente sustentável.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Alimentação Escolar e Sustentabilidade: Compostagem como método de (re)aproveitamento dos resíduos orgânicos produzidos no refeitório do IFAL - Campus Batalha, defendida por Thaisa Martins Porto de Souza Mélo, no Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e Tecnológica, ofertado pelo Campus Benedito Bentes do Instituto Federal de Alagoas, sob orientação do professor André Suêldo Tavares de Lima.
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