Publicado em 18 de abril de 2024 por Mecânica de Comunicação
Operar um sistema de distribuição de água envolve, principalmente, ter cadastros técnicos e comerciais confiáveis (atualizados), medição das vazões na saída ou entrada de reservatórios setoriais e estações elevatórias e na entrada de áreas específicas das redes de distribuição, medição das pressões em pontos notáveis da rede e níveis em reservatórios, entre outros. Também deve-se obter indicadores de performance operacionais e respectivas análises gerenciais, gerando relatórios analíticos e gerenciais de comportamento e tendências das variáveis operacionais medidas em todos os setores de abastecimento e zonas de pressão.
Manter um sistema de distribuição de água envolve, principalmente, implementar atividades de manutenção preditiva (inspeções e medições das estruturas e equipamentos em operação), e atividades de manutenção preventiva, a partir de análises das informações da manutenção preditiva e dos históricos de manutenção corretiva, obter relatórios gerenciais, com informações sobre as falhas do sistema, que possam subsidiar as manutenções preditivas e preventivas, bem como as renovações estruturais requeridas, preparar esquemas de contingência e prover logística para o ágil reparo e retomada da operação normal, em casos de acidentes ou falhas.
As perdas de água são um dos principais indicadores de desempenho operacional das empresas de saneamento em todo mundo. O entendimento básico do conceito considera perdas no sistema de abastecimento como “a diferença entre o volume de água tratada colocada à disposição da distribuição e o volume medido nos hidrômetros dos consumidores finais, em um determinado período de tempo”.
As perdas físicas de água em um sistema de abastecimento têm origem principal nas redes e ramais prediais, por diversos fatores como pelos materiais que estão em uso, e que já estão com sua vida útil comprometida, e de difícil manutenção e operação. Muitos desses materiais estão passando por processo de corrosão causando rompimentos e como consequência aumento dos vazamentos e desperdício de água tratada, ou ainda possuem entupimentos e incrustações, que diminuem a pressão localizada nesses pontos, prejudicando o abastecimento.
Diante disso, as companhias que fazem o gerenciamento de sistemas de abastecimento de água deveriam investir na concepção de projetos que levam em conta a facilidade na manutenção, e ainda adotando substituição de redes e ramais deteriorados, ao invés de execução de reparos, trazendo melhorias e maior eficiência na redução de perdas físicas. As companhias de abastecimento, com responsabilidade e a necessidade da implantação de gestão da redução de perdas, busquem evitar perdas de água tratada, reduzindo assim o volume armazenado em reservatórios, as despesas com manutenção, produtos químicos como cloro e flúor, despesas com energia elétrica e combustível, entre outros.
A utilização de zonas de medição e controle num sistema de abastecimento de água é um fator preponderante uma vez que permite identificar, detectar e reparar os vazamentos e/ou rupturas na rede em um curto espaço de tempo, ficando assim, resolvida a principal ineficiência da empresa de gestão. Além disso, o sistema de telemetria pode emitir alertas para a central de controle e operação, caso o medidor permaneça parado ou bloqueado, o que é um forte elemento que contribui para as perdas aparentes e também tem um papel muito importante no combate aos erros de medição feita pelos leituristas.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Definição das bases de um sistema especialista de auxílio à decisão no combate às perdas de água, defendida por Jâmison Thiago Pinelli, no Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos – ProfÁgua, por meio da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, sob orientação do professor Maurício Augusto Leite e coorientação do professor Milton Dall’Aglio Sobrinho.
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