Publicado em 19 de agosto de 2015 por Mecânica de Comunicação
Prioridade de investimentos na área portuária deve se concentrar nos terminais da região Norte
Projeções feitas por consultorias especializadas em logística e transportes indicam que alguns terminais portuários estão com suas capacidades próximas dos seus limites. No caso do Porto de Santos, por exemplo, alguns terminais destinados ao escoamento da safra de grãos deverão estar saturados até 2020. O exemplo considerado crítico é o do Terminal Corex (ADM), que atinge um percentual que chega a 137% em caso de ocupação de berço em momentos de pico de demanda. Levando em consideração todos os terminais e não somente aqueles voltados para embarque de grãos, o caso extremo é o do Cais Público II do Barnabé, cuja taxa média de ocupação é de 150%, alcançado picos de demanda que atingem até 190%.
Fotos: Appa
Além desse exemplo, outros terminais apresentam situação crítica em termos de gargalos, considerando ocupação de berço em situação de pico de demanda. Entre os 21 terminais pesquisados em Santos, além do Barnabé, outros sete foram classificados como condição crítica, com níveis de ocupação de berço acima dos 100%; seis foram classificados com gargalos e cinco foram considerados como potenciais gargalos. Apenas dois terminais foram considerados em situação normal.
Além do Porto de Santos, a situação avaliada em outros terminais portuários do país não é diferente. No Porto de Paranaguá, no Paraná, todos os seis terminais registram situação classificada como de gargalo crítico, incluindo os três que são destinados exclusivamente ao embarque de grãos. Em relação ao Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, a situação é um pouco melhor: dos quatro terminais, apenas um é considerado como gargalo crítico. No Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, dos nove terminais, dois estavam em situação crítica, dois apresentavam gargalos, dois com potencial de gargalos e três em situação normais.
Essa análise a respeito da situação portuária do país faz parte de um trabalho encomendado pela Abag – Associação Brasileira do Agronegócio. Uma das conclusões é de que a provável saturação das capacidades dos portos das regiões Sul e Sudeste deve levar a um planejamento logístico, por parte governo federal, que priorize os investimentos destinados à modernização e ampliação da estrutura portuária do Norte do país. Nesse caso, além de desafogar os portos do Sudeste e do Sul, há uma série de vantagens adicionais: auxiliar no desenvolvimento da região Norte e reduzir os custos logísticos dos produtores do Centro-oeste, facilitando o escoamento para mercados da Europa e dos Estados Unidos.