Publicado em 30 de maio de 2019 por Mecânica de Comunicação
A gestão de recursos hídricos é um assunto muito presente quando se discute sustentabilidade e meio ambiente, pois trata-se de um recurso finito e fundamental para a sobrevivência humana. Infelizmente, nos centros urbanos, a água é constantemente ameaçada pelo desperdício, decorrente de infraestrutura deficiente, falta de conscientização da população e poluição de rios. Uma das atuais tendências para reverter tal cenário são as chamadas tecnologias vivas, ou seja, tecnologias baseadas na ação de vegetais e direcionadas ao tratamento de águas pretas (vasos sanitários) e águas cinzas (pias, tanques máquinas de lavar e chuveiros).
O uso de tecnologias vivas é pertinente quando analisado do ponto de vista de um sistema completo, composto pela residência que produz os efluentes a serem tratados e o lugar de destino da água descartada. Dessa maneira, o esgoto é tratado e reaproveitado no local de origem - mesmo que o recurso tratado não seja potável, pode ser usado em atividades de limpeza, por exemplo. Além disso, quantidades de esgoto deixam de ser lançados em corpos d'água, que passam a ser preservados e evitam danos aos ecossistemas receptores e comunidades associadas, bem como eliminam ou adiam altos investimentos em estações de tratamento de água e esgotos centralizados.
Um recente estudo acadêmico investigou um sistema de tecnologia viva baseado na ação de plantas e na construção de uma lagoa artificial para o tratamento de águas residenciais, chegando a resultados positivos. Do ponto de vista ambiental, a sustentabilidade se deu por meio da redução no consumo de água e consequente redução da produção de esgotos. Também se destaca o correto tratamento alcançado, pois foram estabelecidas destinações seguras para o esgoto produzido, auxiliando na recuperação de solos degradados e produção de alimentos, estes via manejo periódico do excesso de biomassa vegetal crescida nos sistemas e transformada em compostos utlizados em hortas. Do ponto de vista econômico, as tecnologias vivas se aproximam das ecotecnologias (que se apropriam de conceitos da ecologia) e das tecnologias sociais, pois têm baixo custo de implantação, operação e manutenção e fácil replicação. Por fim, o sistema de tecnologias vivas estudado atingiu as exigências legais estabelecidos pela Comissão Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
A versão integral do estudo foi publicada na dissertação de mestrado Design Ecológico: Projetando e Construindo Tecnologias Vivas para o Tratamento de Efluentes Domésticos com Reúso das Águas, de autoria de Evandro Sanguinetto, com orientação de Herlane Costa Calheiros e aprovada pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
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