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Publicado em 21 de novembro de 2019 por Mecânica de Comunicação

Tecnologia e projeto são determinantes para uma Estação de Tratamento de Água

O saneamento básico é uma das áreas da infraestrutura que mais afetam a população nacional. Sem uma distribuição universal e regular de água potável, existe um maior risco à saúde das pessoas. Por esse motivo, os investimentos realizados nesse setor devem ser prioritários, incluindo a construção, a manutenção e a avaliação de Estações de Tratamento de Água (ETA) em todo o país.

O tratamento de águas de abastecimento pode ser definido como o conjunto de processos e operações realizados com a finalidade de adequar as características físicoquímicas e biológicas da água bruta, isto é, como é encontrada no curso d’água, com padrão organolepticamente agradável e que não ofereça riscos à saúde humana. O padrão é determinado por órgãos competentes por intermédio de legislação específica.

As tecnologias de tratamento de águas para abastecimento são classificadas como convencionais, que incluem todas as etapas tradicionais do processo (coagulação, floculação, decantação e filtração), e não-convencionais, incluindo a filtração direta ascendente e descendente, a dupla filtração e a filtração lenta.

Em locais onde há um consumo menor de água, a demanda por estações de tratamento que apresentem baixo custo para implantação, consumo reduzido de produtos químicos e funcionamento simplificado contribui para a aplicação maior da Filtração Direta. Ela, como outras tecnologias, possui algumas limitações de aplicação, entre elas: as características físicas (cor verdadeira e turbidez elevadas), a microbiologia (algas e coliformes) e os organismos resistentes à desinfecção.

Já suas principais vantagens frente a uma Estação de Tratamento de Água por ciclo completo (convencional) são: necessidade de menor espaço físico para implantação, menor gasto com equipamentos e obras civis, redução do consumo de produtos químicos (coagulante) e facilidade na operação e manutenção.

A filtração direta ascendente consiste na passagem de água com escoamento em sentido ascendente, sem necessidade de floculação ou decantação à montante, por um filtro geralmente constituído de duas camadas superpostas, uma inferior (denominada camada suporte) com 0,60 a 0,80 m de espessura que contém pedregulho e outra superior com areia, com 1,60 a 2,0 m de espessura Megda (1999).

As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Avaliação do Desempenho de uma Estação de Tratamento de Água com Sistema de Filtração Direta Ascendente em Escala Real, defendida no curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco, por Myrtes Arruda de Sá. A orientadora do trabalho foi o professor Paulo Tadeu Ribeiro de Gusmão.