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Publicado em 27 de novembro de 2025 por Mecânica de Comunicação

Eletrificação no transporte coletivo tem potencial para crescer

O uso do modo ônibus para transporte coletivo em massa é um dos mais bem sucedidos modelos de transporte público em nível mundial. Encontra-se difundido em todos os lugares do mundo e possui vantagens como fácil implantação, flexibilidade de rota, alto índice de passageiros, baixo custo de infraestrutura para sua operação e mão de obra abundante. No entanto, os últimos anos têm sido marcados pela crescente concorrência dos ônibus elétricos, que prometem reduzir os custos de implantação e infraestrutura, além de combater problemas notórios como excesso de ruído, geração de gases poluentes e material particulado.

Os ônibus puramente elétricos vêm sendo introduzidos nas grandes cidades mundiais, sendo caracterizados por funcionarem exclusivamente a partir da energia armazenada em seu banco de baterias. Nos projetos atuais, é possível perceber que a autonomia, entrave desses veículos outrora, já é considerado um problema solucionável. Dependendo do dimensionamento adotado, estes veículos podem ser carregados uma única vez, no período de repouso, ou dispor de cargas rápidas intermediárias, que podem reduzir o tamanho do banco de baterias.

Entre as principais vantagens deste modal, comparativamente aos demais modais de ônibus disponíveis no mercado, destacam-se o ruído quase inexistente do motor, a emissão nula de gases poluentes durante a operação, o maior torque em baixas velocidades quando comparado aos ônibus diesel e o baixo custo de manutenção e abastecimento. Os motores elétricos apresentam eficiência na faixa de 90% ou mais, superando significativamente a eficiência média dos motores a combustão, de cerca de 30%. Além da alta eficiência, têm uma vida útil muito maior que os outros motores, por apresentarem somente uma parte móvel - o rotor, ou seja, sua manutenção é menos frequente e envolve menos itens.

De maneira geral, o Brasil ainda não adotou as políticas implementadas nos países de vanguarda para promover os veículos elétricos, contando apenas com algumas iniciativas, muitas vezes privadas, de maneira incipiente. Embora haja iniciativas em certos mercados da América do Sul, o desenvolvimento ainda inicial dessa tecnologia deixa espaço para que o Brasil aprenda com os exemplos internacionais e lidere um mercado promissor na América do Sul.

Os indicativos futuros apontam para um significativo crescimento dos ônibus puramente elétricos. Atualmente, o principal motivador brasileiro para implantação de frota de veículos movidos a energia elétrica baseia-se no compromisso internacional assumido no Acordo de Paris, celebrado em dezembro de 2015. Os compromissos lá assinados visam uma redução significativa da emissão de GEE para as próximas décadas. O cenário atual da indústria e desenvolvimento mundial converge para três principais tipos de veículos elétricos fabricados e comercializados. São eles: Veículos Híbridos à gasolina (VEH), Veículos Híbridos de plug in (PHEV) e Veículos Elétricos a bateria (BEV).

Embora haja poucos tipos de veículos elétricos fabricados e comercializados mundialmente, existe uma ampla gama de opções a serem selecionadas, no que tange ao modelo completo da implantação desses veículos, de acordo com as peculiaridades de cada caso. Fatores como fonte de energia, estratégia de recarga, forma de recarregamento, bateria empregada, motor empregado, tipo de ônibus e sistemas de refrigeração podem levar a diferentes configurações em cada sistema.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Análise de custos e de emissões na substituição de ônibus à combustão interna por elétricos no transporte público de Porto Alegre, defendida por Guilherme Augusto de Oliveira Rugeri, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob orientação do professor Fabiano Perin Gasparin.