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Publicado em 14 de janeiro de 2021 por Mecânica de Comunicação

Pavimentos permeáveis aumentam a capacidade de filtragem da água

Um dos grandes desafios na gestão da drenagem urbana é a mitigação dos impactos causados pela impermeabilização do solo urbano. A impermeabilização do solo afeta drasticamente o ciclo hidrológico, uma vez que uma parcela de água que infiltrava no solo passa a compor o escoamento superficial, aumentando os volumes escoados e as vazões de pico, ao mesmo tempo em que ocorre a redução do tempo de concentração, fazendo com que os hidrogramas de cheias se tornem mais críticos, aumentando a frequência e magnitude das inundações.

Diante desse cenário, os meios técnico e acadêmico vêm se esforçando, conjuntamente, no desenvolvimento de pesquisas para a descoberta de medidas que possam, de alguma forma, mitigar os efeitos causados pelo homem, no tocante à impermeabilização do solo, uma vez que, a drenagem urbana já não é um assunto que possa ser tratado exclusivamente no âmbito técnico da engenharia porque a falência das soluções técnicas está hoje evidenciada pela problemática ambiental.

Diante desse contexto, algumas medidas mitigadoras para a correção dos prejuízos e impactos sociais decorrente desse crescimento descontrolado podem ser implementadas, visando a melhoria do sistema de drenagem e diminuição das inundações nos meios urbanos. Assim, a drenagem urbana, que integra a infraestrutura das cidades, deve ser planejada juntamente com os demais dispositivos e incluídos no Plano Diretor Urbano e nas demais legislações municipais, de modo que possam ser corrigidos os inúmeros problemas de inundações urbanas, esgotamento sanitário, qualidade das águas servidas e descarte dos resíduos sólidos (lixo).

A literatura vem mostrando que a redução da área impermeável pode compensar o impacto adverso de um possível cenário de aquecimento global na hidrologia urbana e na eficiência do sistema de drenagem urbana. A porcentagem de áreas permeáveis e as propriedades hidráulicas do solo são a chave dos parâmetros que influenciam no escoamento superficial das chuvas intensas. Os sistemas que mais avançaram neste sentido foram as abordagens americana LID (Low Impact Development), australiana WSUD (Water Sensitive Urban Design) e a abordagem britânica de SUDS (Sustainable Drainage Systems).

Os pavimentos permeáveis possuem vantagens pelas suas propriedades hidrológicas, que aumentam a capacidade de filtragem da água, retenção das águas de chuva, recarga do lençol freático, controle da poluição de hidrocarbonetos e remoção de sólidos suspensos. O sistema possui excelente performance em tratar águas de chuvas referente a hidrocarbonetos de petróleo, sólidos suspensos, metais (cobre, ferro, manganês e zinco), nutrientes além de reduzir a carga total de poluentes.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Procedimentos de Projeto Viário em Pavimentos Permeáveis com Base na ABNT NBR 16.416/2015 – Comparação entre Blocos Permeáveis e Convencionais, defendida por Luciano D’Angelo Motta, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Espírito Santo, sob orientação do professor Daniel Rigo.