Publicado em 26 de maio de 2022 por Mecânica de Comunicação
O Brasil é um dos poucos países com condições favoráveis ao desenvolvimento da piscicultura, destacando o potencial hídrico, clima adepto, disponibilidade de áreas, além do crescimento de mercado. A atividade está presente há mais de 30 anos em Rondônia, como uma alternativa de renda para os produtores rurais e tem apresentado alta produtividade, sobretudo devido às características ambientais propícias ao desenvolvimento da piscicultura como sua extensa malha hídrica, tipo de solo adequado, além da cultura pelo consumo de pescado.
A partir da expansão na produção aquícola, em 2018, Rondônia passa a liderar na produção de peixe nativo de água doce em relação aos estados da região norte, oriundo da piscicultura com destaque para a espécie Tambaqui (Colossoma macropomum). Em 2019, o Estado manteve a liderança mesmo diante de uma queda de 1,84% na produção, atrelada a diversos fatores como logística de mercado, licenciamento ambiental, falta de incentivo em infraestrutura, controle sanitário.
Nesse cenário de produção da piscicultura no Estado, a região da unidade de gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Branco e Colorado, localizada na porção Sul do estado, tem se mostrado otimista com a atividade, principalmente no município de Alta Floresta D’Oeste, o qual já soma mais de 200 empreendimentos aquícolas, indicador esse, que demonstra o interesse crescente da atividade na região.
Todavia, a piscicultura é conhecida pela sua ação antrópica, com potencial de degradação ambiental, uma vez que a sua expansão reflete em problemáticas como o uso e ocupação dos corpos d’água, a obstrução dos fluxos de água e a eutrofização, bem como o uso de solo, a sedimentação pela construção das barragens, tanques escavados e assoreamento. Tais processos resultam em alterações nas paisagens pela substituição das áreas naturais pelos diferentes usos do solo e água.
Nesse cenário, é importante entender as mudanças resultantes da piscicultura em determinada área e compreender a dinâmica de uso de uma unidade territorial, como as bacias hidrográficas, visando a melhoria nos processos de gestão. Assim, alterações ambientais provocadas pela atividade podem ser minimizadas, de modo que não haja esgotamento ou comprometimento negativo dos recursos naturais, nem alterações significativas na estrutura e funcionamento dos ecossistemas.
O desenvolvimento da piscicultura sustentável depende da adoção de boas práticas de manejo, enquanto se monitora a qualidade do ambiente, a disponibilidade dos recursos naturais e a eficiência do uso de insumos, tudo para que se promova a gestão ambiental dos empreendimentos aquícolas.
As práticas de desenvolvimento da piscicultura têm o desafio de tornarem-se instrumentos de relação sustentável entre produtores locais e o ambiente no qual está inserida. Devendo-se incluir ainda os desafios da produtividade vivenciados por produtores rurais, como indicadores que devem ser considerados, partindo da concepção que esse fator se conecta aos anteriores, além de proporcionar a identificação de atores e agentes responsáveis por mediar respostas necessárias a esse setor produtivo.
Desse modo, a identificação de indicadores socioambientais pode proporcionar um cenário de análise para subsidiar diretrizes mais eficientes para a atividade.
As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Indicadores socioambientais da piscicultura como instrumento de gestão para Bacia Hidrográfica dos rios Branco e Colorado - Rondônia, defendida por Thalitta Silva Cota, no PROFÁGUA – Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação Dos Recursos Hídricos, sob orientação da professora Marta Silvana Volpato Sccoti e coorientação da professora Nubia Caramello.
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