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Publicado em 01 de dezembro de 2022 por Mecânica de Comunicação

Riscos de investimentos precisam ser avaliados para implantação de projetos em energias renováveis

A energia renovável é uma indústria de capital que demanda altos níveis de investimentos e busca constante por inovação tecnológica. Existem inúmeras incertezas que cercam os investimentos no setor de energias limpas, sendo estas, grandes desafios a serem enfrentados para uma maior confiabilidade à tomada de decisão na inserção de capital. Logo, a análise e avaliação de riscos tornam-se fatores de grande importância no desenvolvimento de energias renováveis, uma vez que apoiam a tomada de decisão de investimentos.

A análise de riscos pode ser dissociada em duas vertentes. Uma, baseada no Modelo de Preços de ativos de Capital (CAPM), usada principalmente para investimentos de longo prazo. A outra é baseada em preços de derivativos e sua aplicação dá-se em investimentos de médio a curto prazo, porém também é utilizado na avaliação de usinas flexíveis.

Apesar de abordagens técnicas diferentes, o CAPM e os preços derivativos, também chamados preços de contingência, são aplicados sob hipóteses semelhantes, pois geralmente negligenciam a possibilidade do mercado incerto. O cenário atual do mercado de energia é altamente incerto o que torna as abordagens citadas insuficientes para tomada de decisão.

É preciso reconhecer, categorizar, compreender e avaliar os riscos nas atividades de investimento de energias renováveis, assim como suas consequências. Sem essa prática se torna inviável prever o cenário de implantação de projetos e adotar medidas corretivas para suprimir ou controlar esses ricos de forma efetiva.

Cada projeto de energia renovável possui particularidades que dificultam uma análise mais abrangente ao setor, gerando apenas ideias que norteiam a análise de risco de uma forma geral e não aplicada especificamente ao mercado de energia. Apesar de projetos de energias possuírem riscos comuns a outros setores, esses estão sujeitos a muitas variações do ambiente comercial, regulação do país onde está instalado, entre outros.

Uma das principais metodologias utilizadas para gestão de riscos é o modelo PMBOK (Project Management Body of Knowledge) ou Guia Internacional em Gerenciamento de Projetos. Porém o mesmo somente dispões premissas básicas para o desenvolvimento de modelos de gerenciamento de riscos. Quando se trata de avaliação de risco de forma quantitativas, são utilizadas ferramentas como análise de sensibilidade, Simulação Monte Carlo, análise de árvore de falhas, entre outros. Porém, técnicas como essas exigem entrada de dados a fim de gerar análises estatísticas para obter probabilidade na avaliação.

Inúmeros modelos foram criados ao longo dos últimos 10 anos para avaliar os riscos de investimentos em energias renováveis. É unanimidade entre os resultados de aplicações desses modelos que o maior risco de investimento no mercado é o ambiente regulatório estatal, o qual exerce influência relevante no início do investimento em um projeto de energias renováveis.

À medida que políticas de incentivos são implementadas e existe avanço tecnológico contínuo, os riscos associados ao ambiente de negócios em energias de baixo carbono tornam-se mais relevantes. Este avanço é responsável pela redução do custo de implementação e manutenção dos projetos de energia renovável. À proporção que o ônus ligado a iniciativas nesta área sofre redução, o risco de mercado diminui.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Modelo de Avaliação Gerencial para Transição Energética Aplicado ao Setor Eólico, defendida por Sara Oliveira Nunes, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial, da Universidade Federal da Bahia, sob orientação dos professores Ednildo Andrade Torres e Eduardo Oliveira Teles.