Publicado em 04 de janeiro de 2024 por Mecânica de Comunicação
Nas últimas décadas, a inserção de melhorias a respeito do conforto ambiental no setor da indústria tem sido uma questão visualizada com mais frequência nos projetos deste setor. As mudanças sociais e organizacionais, derivadas dos avanços tecnológicos e da criação de legislações que estabelecem parâmetros para funcionamento e desempenho ambiental, contribuem para a realização de projetos e construções de edifícios a partir dos cuidados com a segurança dos usuários.
As variáveis para o conforto térmico são muitas, como exemplo, a atividade desempenhada, a resistência térmica oferecida pela vestimenta, idade, hábitos alimentares, temperatura, umidade e velocidade do ar, entre outras.
Partindo deste contexto, o projeto arquitetônico tem papel preponderante. Quando se trata de edificações, a função do edifício é, além de atender ao uso, proporcionar satisfação e conforto ao usuário, os quais podem ser obtidos através de estratégias e soluções arquitetônicas alinhadas às condições climáticas, que acabam afetando, também, o consumo de energia do edifício e, dessa forma, contribuem diretamente para a redução de danos ao meio ambiente.
Para auxiliar no desenvolvimento de projetos com conforto térmico e alinhados às condições do clima, é de suma importância o uso de ferramentas que possam direcionar a carga térmica que o edifício receberá durante o dia. Tornando possível a escolha de materiais mais apropriados e o dimensionamento de elementos de proteção.
Uma ferramenta bastante utilizada para o dimensionamento dos elementos de proteção, são as projeções solares, que mensuram os horários de insolação e sombreamento das fachadas. As projeções solares podem ser estudadas através de cartas solares ou softwares específicos, que simulam o percurso do sol na abóbada celeste durante o dia e em determinadas épocas do ano. Essa ferramenta ajuda o projetista na escolha da melhor orientação para implantar a edificação e para definir as características das aberturas.
As aberturas têm bastante importância em uma edificação, além de promoverem iluminação natural, a depender do estudo preliminar, podem facilitar a troca de calor. Por isso a importância de levar em consideração à localização do terreno, às dimensões do edifício e os materiais empregados. Pode ser uma forma de preservar as aberturas, utilizar proteção solar, como marquises, beirais, cobogós ou brises-soleil, que diminuem a incidência solar direta na edificação e consequentemente nas aberturas. Outra forma de proteger é através do uso da vegetação, que cria planos de sombra, contribuindo também para o controle da umidade.
Embora sejam muitos os benefícios da ventilação natural, ela nem sempre é convidativa. Em regiões de clima quente e seco, como é o caso do interior do Rio Grande do Norte, a estratégia de uso da ventilação pode não ser assertiva em alguns horários do dia, pois não acontece a remoção de calor de superfícies e ambientes, quando a temperatura interior é menor que a exterior. Dessa forma, a passagem da ventilação natural não remove o calor, pelo contrário, deixa as superfícies e ambientes com a temperatura ainda maior. Por esse motivo, o uso da ventilação natural e elementos de sombreamento devem ser sempre avaliados em estudo preliminar para não gerar desconforto.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Proposta de uma fábrica para beneficiamento de amêndoas e castanhas de caju, com ênfase na arquitetura bioclimática, defendida por Sâmara Ruty Diógenes Holanda, no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Projeto e Meio-ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob orientação da professora Luciana de Medeiros.
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