Publicado em 23 de agosto de 2012 por Mecânica de Comunicação
Nos momentos difíceis, ser pequeno pode ser bom negócio
O mercado de equipamentos de construção em geral vem levando uma ducha de água fria neste ano. No entanto, as vendas das miniescavadeiras e minicarregadeiras não parecem estar no mesmo momento e apresentam um desempenho melhor. Também não é de se admirar, já que, no ano passado, esses dois segmentos tiveram um crescimento bem acima da média do setor.
Conhecidas pelo nome “skid-steer”, referente ao sistema onde o equipamento tem eixos fixos e muda de direção travando a roda, as minicarregadeiras estão no mercado brasileiro há alguns anos e vem apresentando um desempenho em vendas crescente. Em 2007, foram comercializadas 650 unidades. No ano passado, o número subiu, chegando a 3.300 unidades vendidas. Já as miniescavadeiras são bem mais recentes, tanto é que foram destacadas como categoria especifica, separadas das escavadeiras hidráulicas maiores somente em 2011, quando foram registradas 850 unidades comercializadas contra 6.300 escavadeiras maiores. Os dados são do Estudo de Mercado da Sobratema.
Crédito: Revista M&T
Os dois equipamentos são relativamente econômicos, simples, de fácil transporte por caminhão em vias urbanas e com forte viés de locação. Segundo a Pesquisa da Frota Brasil em Atividade, dois terços das miniescavadeiras e minicarregadeiras estão nas mãos das locadoras, o que representa o inverso do perfil geral da frota nacional. Ambos vêm ganhando um nicho próprio, embora sua prevalência no Brasil ainda se encontre abaixo dos níveis registrados em economias mais desenvolvidos.
Atualmente, o Anuário Brasileiro de Equipamentos para Construção lista 57 modelos de miniescavadeiras disponíveis no mercado brasileiro, oferecidos por 15 fabricantes, e com peso operacional de 2.000 a 9.000 kg. Para determinados tipos de serviço, esse equipamento vem levando certa vantagem sobre as tradicionais retroescavadeiras, conhecidas como “canivete suíço da construção”. Quando o trabalho se resume basicamente em escavação, por exemplo, são frequentemente mais eficientes. Também ganham pela facilidade de girar 360° no mesmo lugar.
Nos modelos menores, o concorrente tradicional passar a ser a mão de obra braçal. Escavar uma piscina no quintal de uma casa e escavar uma valeta na rua seriam dois serviços típicos. Esses tipos de equipamentos podem operar dentro de prédios, por exemplo, em reformas no andar térreo ou subsolo, normalmente com esteira de borracha no lugar do aço normal. Enquanto a caçamba pode ser trocada por outros implementos, como um rompedor para quebrar pequenos volumes de concreto e pedra ou uma perfuratriz para colocar postes.
Mais polivalentes são as minicarregadeiras. O Anuário da Sobratema relaciona 67 modelos de 13 fabricantes, com capacidades entre 431 kg e 1.724 kg. A sua versatilidade é tamanha que hoje existe uma grande variedade de implementos que podem ser acoplados no lugar da caçamba comum – paleteira, garfo para troncos, e vassoura, entre muitos outros.
Com o mercado passando por uma fase mais complicada, os pequenos estão mostrando mais resistência e, futuramente, espera-se que estes pequenos equipamentos se tornam ainda mais corriqueiros, ao ponto de achar lugar em sítios maiores, como alternativa para tratorzinho.