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Publicado em 15 de agosto de 2024 por Mecânica de Comunicação

Conhecer a dinâmica da floresta para aplicar medidas adequadas para o manejo florestal sustentável

O estudo da dinâmica da floresta consiste em analisar as mudanças na estrutura e composição florestal ao longo do tempo, incluindo seu comportamento em resposta a distúrbios antropogênicos ou naturais. Os parâmetros recrutamento, crescimento e mortalidade são mensurados por meio de inventários florestais contínuos, geralmente em parcelas permanentes monitoradas por períodos de médio a longo prazo. Esses dados possibilitam o entendimento do comportamento da comunidade florestal e por espécie

A predição confiável dos parâmetros de dinâmica florestal é imprescindível para implementação de tratamentos e medidas silviculturais adequadas para o manejo florestal sustentável. A partir dessas informações é possível definir o ciclo de corte do manejo florestal, a intensidade de colheita e a prescrição de tratamentos silviculturais nas florestas manejadas. Pode-se observar que a dinâmica é de extrema importância para o equilíbrio florestal, sobretudo ao considerar o uso sustentável dos recursos naturais.

A mortalidade de árvores é fundamental para estudar a dinâmica florestal, a rotatividade do carbono acima do solo, a função e os serviços do ecossistema, biodiversidade, estrutura da floresta e padrões espaciais de produtividade e biomassa. Sabe-se que a mortalidade das árvores é distribuída de maneira desigual no tempo e no espaço e que quando causada pela competição de recursos entre indivíduos arbóreos gera, frequentemente, padrões aleatórios e dispersos de mortalidade.

A mortalidade ocasionada pela exploração florestal, isto é, relacionada ao homem, é causada principalmente pela derrubada e pelos danos resultantes da operação. Essa mortalidade é mais intensa no decorrer dos cinco primeiros anos após a colheita. Os padrões de ocorrência de mortalidade podem divergir em escala, frequência e severidade, e isso deve ser considerado quando da escolha de uma estratégia de modelagem da probabilidade de morte de uma árvore, espécie ou grupo de espécies.

O conhecimento do comportamento de florestas exploradas é essencial para o planejamento de técnicas silviculturais que estimulem a regeneração de espécies comerciais depois da colheita, já que, os indivíduos remanescentes irão compor as colheitas futuras. O entendimento das taxas e processos de mortalidade, recrutamento e crescimento de árvores em todas as classes diamétricas contribui para o conhecimento dos sistemas naturais, sendo muito importante para subsidiar planos de manejo florestal e detectar pressões no ecossistema.

Nesse sentido, modelos matemáticos são ferramentas úteis para auxiliar no entendimento da dinâmica florestal. A mortalidade regular das árvores pode ser explicada com base em características dendrométricas de grupos de árvores semelhantes ou por meio de características do povoamento como um todo. Há modelos que podem ser construídos de forma integrada, relacionando variáveis individuais e do povoamento. Modelos de mortalidade geralmente são não lineares, devido ao evento morte ser atribuído a causas naturais e antrópicas, incluindo causas não catastróficas e catastróficas, sendo esta última a mais difícil de prever e mensurar.

Dentre os métodos estatísticos para modelagem individual de mortalidade de árvores, a regressão logística é o mais usual, por expressar a relação biológica entre variáveis dependentes dicotômicas e as independentes. Mortalidade e sobrevivência são variáveis complementares, sendo comum a estimação da probabilidade de sobrevivência de árvores semelhantes, cujos valores oscilam entre 0 e 1. Para estimar a probabilidade de árvores sobreviverem ao longo dos anos pode-se usar modelo logístico generalizado.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Dinâmica pós-exploração e modelagem da mortalidade de árvores em uma floresta manejada no município de Paragominas, Pará, defendida por Leonardo Campos Veloso, na Universidade Federal Rural da Amazônia – Campus Belém, sob orientação do professor José Natalino Macedo Silva e coorientação dos professores Lucas José Mazzei de Freitas e Rodrigo Geroni Mendes Nascimento.