Publicado em 05 de setembro de 2024 por Mecânica de Comunicação
A mobilidade nas cidades brasileiras é caracterizada pelo uso do transporte individual motorizado (automóveis e motocicletas) nos deslocamentos. Eles melhoram a acessibilidade das pessoas e criam uma equidade de oportunidades que não se sustenta a longo prazo pois aumenta os congestionamentos, emissão de gases poluentes e a incapacidade de atender satisfatoriamente as necessidades de locomoção da população.
No Brasil, existe uma longa tendência de diminuição do uso de transportes públicos, em substituição pelo uso do transporte individual. Esse processo traz consequências negativas para o meio ambiente e o bem-estar da população. Houve um aumento nos congestionamentos e do tempo gasto no trânsito, a elevação dos níveis de poluição e do número de acidentes de trânsito, pois os modos individuais têm menor eficiência energética e ocupam mais espaço urbano.
Entre 2002 e 2017, houve uma redução de 21% das despesas familiares com transporte coletivo e um aumento de 33% nas despesas com transporte individual entre as famílias de baixa renda. Se comparado com as famílias de renda mais alta, na qual houve uma redução de 18% das despesas com transporte coletivo, porém houve um aumento de apenas 4% com despesas com transporte individual.
Essa substituição também coloca em risco o financiamento dos sistemas públicos de transporte nas cidades, já que a maioria dos sistemas de transporte coletivo dependem das receitas tarifárias para operação. Essa fragilização reduz os níveis de acessibilidade principalmente para os mais pobres ampliando a desigualdade de acesso a oportunidade.
Na Região Metropolitana de São Paulo, os sistemas sobre trilhos são muito bem avaliados pela população. Por serem sistemas de maior capacidade e exigirem consideráveis investimentos de implantação devem ser planejados integrados aos demais sistemas de transporte coletivo. Em compensação os sistemas de transporte sobre trilhos possuem uma vida útil maior, se comparados aos sistemas sobre pneus e são mais limpos; pois em sua maioria são movidos eletricidade assim as emissões de poluentes locais são inexistentes, além de promovem benefícios econômicos e sociais reduzindo o tempo de viagem e os fluxos de veículos individuais.
Os sistemas de transporte por ônibus estão consolidados nas cidades brasileiras. No Brasil, 85,7% das viagens de transporte coletivo são realizadas de ônibus. Os ônibus são flexíveis e conseguem atender amplas faixas de demanda de passageiros e utilizam uma tecnologia consolidada no Brasil. A tecnologia de tração utilizada na quase totalidade dos aproximadamente 107.000 ônibus no Brasil é o diesel. A necessidade de reduzir a emissão de poluentes fez com que outras tecnologias sejam desenvolvidas e disseminadas.
Nesse sentido, a Eletromobilidade pode reduzir significativamente a influência negativa do transporte nas pessoas e no meio ambiente. Os ônibus elétricos a bateria são vantajosos, porém uma substituição da frota deve ser feita com cuidado. O modelo de concessão atual em que os contratos realizados possuem uma média de dez anos faz com que o modelo de ônibus elétrico se torne atrativo. No Brasil, a Região Metropolitana de São Paulo é o local onde mais ônibus elétricos circulam, mesmo assim não passam de 2% da frota.
No caso das bicicletas, além do impacto ambiental, são recomendadas para distâncias mais curtas (entre 1,5 e 4,5 km) e como uma alternativa para integrar o passageiro ao sistema de transporte de alta capacidade.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Uma análise dos desafios da mobilidade urbana na Região Metropolitana de São Paulo, defendida por Gabriel Santos Rodrigues, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista - UNIP, sob orientação do professor João Gilberto Mendes dos Reis.
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