Publicado em 14 de novembro de 2024 por Mecânica de Comunicação
Os impactos socioambientais decorrem principalmente do crescimento desordenado da população que consequentemente diminuiu as áreas verdes provocando entre outros problemas, a degradação do solo, ocupação nas encostas, canalização e retificação dos canais fluviais, poluição da água e do solo e erosões aceleradas.
A modalidade de erosão acelerada ou antrópica caracteriza-se pela retirada das camadas superficiais dos solos, numa velocidade muito maior do que a natureza é capaz de reconstituí-las, de tal maneira que a consequência final pode ser a exposição da rocha matriz às intempéries.
Neste contexto, a metodologia geossistêmica contribui estruturalmente nos subsistemas, pois analisa a hierarquia espacial e ambiental, natural e social, de forma verticalizada. Este método discorre sobre os conceitos de paisagem e território, a partir do conhecimento histórico pautado no empoderamento da sociedade sobre os recursos naturais.
O desenvolvimento dos estudos geomorfológicos no Brasil é recente. A colaboração de cunho estruturado sobre o território brasileiro data do século XX, onde Aziz Nacib Ab’Saber contribui na evolução dos referidos estudos. Atualmente o conhecimento geomorfológico vem sendo aplicado como importante ferramenta no planejamento ambiental nas mais diversas regiões da superfície terrestre, com ênfase naquelas áreas com rápida expansão demográfica. Nesse sentido, a Geomorfologia como área do conhecimento que estuda o relevo, e seus respectivos processos endogenéticos e exogenéticos, vem contribuindo na temática ambiental.
Partindo-se dos conceitos de paisagem e território, podemos definir que as Unidades de Conservação - UC’s são sistemas apropriados para avaliação dos impactos socioambientais causados pela ação antrópica (erosão acelerada), pois seu uso inadequado acarreta riscos à estabilidade quantitativa e qualitativa de todo um sistema, sobretudo a água e o solo.
Em relação à Geomorfologia Ambiental e sua aplicação em unidades de conservação, o subsídio está, por exemplo, no zoneamento ambiental/planejamento ambiental, plano de manejo, recuperação de áreas degradadas, definição de trilhas e áreas a serem mais bem aproveitadas além de técnicas adequadas ao desenvolvimento do turismo ecológico.
No município de São Luís, foram criadas as seguintes UC’s de responsabilidade estadual: Área de Proteção Ambiental do Itapiracó, Parque Ecológico Estadual Lagoa da Jansen, Área de Proteção Ambiental do Maracanã, Estação Ecológica do Rangedor e o Parque Estadual do Bacanga.
No entanto apenas a criação da UC’s não garantirá a conservação e preservação é necessário que se tenha um bom manejo destes espaços. A exemplo, o Parque Estadual do Bacanga – PEB, desde a criação, em 1980 apresenta diversos problemas ambientais, acarretados principalmente pela urbanização desordenada. Entre os problemas encontrados no PEB, consta o asfaltamento em áreas de recargas dos mananciais subterrâneos, canais de esgoto lançados diretamente nos rios sem nenhum tratamento e a retirada da vegetação nativa ocasionando a degradação do solo. A degradação do solo constitui um dos tipos de degradação ambiental mais sério em nossos dias, e a erosão hídrica acelerada é a sua forma mais grave e perceptível.
Portanto, é necessário o respeito às normas ambientais voltadas à utilização desses recursos, bem como, o gerenciamento do espaço geográfico em busca do menor impacto possível.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Impactos Socioambientais causados por processos erosivos em Unidades de Conservação: o caso do Parque Estadual do Bacanga, São Luís - MA, defendida por Marly Silva de Morais, no Programa de Pós Graduação em Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço da Universidade Estadual do Maranhão, sob orientação do professor José Fernando Rodrigues Bezerra.
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