As recentes concessões nas áreas de infraestrutura devem destravar os investimentos privados no País. Pelo menos é essa a expectativa geral do governo Federal e também dos segmentos ligados às áreas de transporte, energia, petróleo e gás. Considerando rodovias, aeroportos, terminais portuários, geração e transmissão de energia, além dos blocos de petróleo e gás natural, o cálculo do Ministério da Fazenda é de um investimento total de R$ 80 bilhões para os próximos 35 anos, apenas se for levado em conta as privatizações contratadas no ano passado. 

 

     Fotos: Revista Grandes Construções 

 

 

Uma parte desses recursos deve promover um incremento nas vendas de máquinas e equipamentos voltados para a área de construção já neste ano de 2014. Pelas projeções do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, que analisa o potencial de vendas até 2018, a elevação média anual deverá ser da ordem de 5,4%. Trata-se de um percentual bem próximo dos 5% de crescimento registrado efetivamente nas vendas de 2013, na comparação com o ano anterior. No total, foram comercializadas 74,1 mil equipamentos e máquinas para construção durante o ano passado.

 

As boas perspectivas do segmento estão fundamentadas ainda na convicção de que o modelo de desenvolvimento deixa de ser baseado no consumo das famílias e passa a se concentrar nos investimentos em infraestrutura, boa parte deles resultado de concessões e da entrada de recursos privados, o que é saudável do ponto de vista macroeconômico, pois reforça os investimentos do Estado. Tal percepção é reforçada e ganha destaque em função de estimativas feitas pelo BNDES de que os portos devem atrair recursos da ordem de R$ 34 bilhões; as ferrovias, cerca de R$ 53 bilhões; as rodovias, mais R$ 62 bilhões; e os aeroportos, aproximadamente R$ 8 bilhões. Outro fator que contribui para um incremento nas obras e, em conseqüência também nas vendas de máquinas e equipamentos, é o fato deste ano ser marcado por dois acontecimentos que tendem a estimular os negócios: eleições e Copa do Mundo.