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Publicado em 06 de março de 2014 por Mecânica de Comunicação

Pesquisas testam concreto que se renova sozinho

Entre os principais materiais usados na construção civil, o concreto é um dos que mais tem merecido estudos e pesquisas para aprimorar seu desempenho nas obras. Um desses estudos, em fase de testes, é a utilização de um tipo de bactéria, presente em águas de alta alcalinidade e rochas minerais que colocada na mistura podem fazer com que o concreto se renove sozinho, corrigindo fissuras automaticamente e sem a necessidade de manutenção. 
 
 
A solução é indicada, sobretudo, nas construções em ambientes úmidos, onde o aço que compõe a estrutura pode sofrer com a impregnação de água em decorrência de microrrachaduras no concreto. Esse tipo de situação costuma ser comum em túneis, instalações subterrâneas, sistemas de armazenamento de líquidos e locais próximos de ambientes offshore, onde os sais da água são altamente agressivos ao aço. Os experimentos estão sendo feitos na Universidade Técnica de Delft, na Holanda, e os pesquisadores – o microbiologista Henk Jonkers e o especialista em materiais de construção Eric Schlangen – descobriram que isolando a bactéria do seu habitat natural, promovendo uma concentração de 100 milhões por m3 na mistura do concreto e adicionando um reagente, ela é capaz de regenerar automaticamente fissuras de até 0,5 mm.

De acordo com os especialistas, a ideia é que as partículas com a nova substância sejam disponibilizadas ao mercado, a partir de 2016, na forma de pequenos grãos ou cápsulas que deverão ser adicionadas à mistura do concreto. Eles explicam que as partículas ficam inativas durante a mistura e também no endurecimento, atuando somente quando houver rachaduras no conjunto do concreto. 

Atualmente, os pesquisadores estão realizando uma série de testes ao ar livre com um sistema de impregnação de líquidos para comprovar a eficiência das bactérias. Em termos de custos, estimam que a adição das cápsulas não deverá representar mais do que 2% no valor total da obra, o que seria uma vantagem, quando comparado com os custos de manutenção ao longo da vida útil do prédio. Novidades tecnológicas como esta podem ser encontradas todos os meses na edição da revista Grandes Construções.