Publicado em 02 de abril de 2015 por Mecânica de Comunicação
Maior mecanização auxilia a melhorar a produtividade na construção
O tema da palestra de Marcos Schmidt, gerente de produtos da divisão Construção da Atlas Copco Brasil, no Sobratema Workshop, a ser promovido dia 8 de abril, se concentra no aumento da mecanização dos canteiros de obras, que tem auxiliado na evolução dos métodos construtivos e também na gestão e planejamento de processo, no gerenciamento de atividade e na aplicação de inovações tecnológicas na construção civil. Para ele, a mecanização dos canteiros de obras no Brasil já dispõe dos mesmos recursos utilizados em países europeus, Estados Unidos e Ásia, inclusive com a adoção de um número, cada vez maior, de equipamentos especializados.
Fotos: Revista M&T
Segundo Schmidt, a mecanização atualmente é um processo irreversível, não para substituição da mão-de-obra, mas para dotar a construção civil de opções que reduzem o tempo de execução das obras, incrementem a precisão e garantam elevado nível de segurança. Acompanhe a entrevista feita com o especialista:
Blog Sobratema – Qual sua avaliação sobre o nível de mecanização nos canteiros de obra no Brasil?
Marcos Schmidt – O Brasil avançou consideravelmente na mecanização. Atualmente, aplicamos os mesmos recursos utilizados em outros países. Cada vez mais, presenciaremos a execução de obras com um número maior de equipamentos especializados. Temos, no entanto, um setor que ainda não avançou tão significativamente: a demolição. Neste campo, temos ainda que vencer, principalmente, as barreiras culturais e, até mesmo, introduzir atualizações nos currículos acadêmicos. Verificamos que, em algumas obras, persistem métodos de baixa performance, alto risco à segurança e pouco adequados ao tratamento de resíduos. Por outro lado, também, vemos avanços consistentes, embora haja espaço para aperfeiçoar os processos, com base na oferta de equipamentos mais eficazes.
Blog Sobratema – Quais as ações que poderiam ser implantadas para elevar o nível de mecanização na construção?
Marcos Schmidt – Entendo que o inicio das mudanças ocorre na formação dos novos profissionais da construção civil, nas universidades e escolas técnicas. O investimento na atualização dos currículos produzirá efeitos importantes na visão dos novos engenheiros e técnicos. Neste sentido, o papel das associações, sindicatos e entidades representativas do setor da construção será relevante, considerando a aproximação entre fabricantes e escolas técnicas e universidades.
Blog Sobratema – Quais tecnologias que demonstram o nível de mecanização nas obras?
Marcos Schmidt – O universo de tecnologias e equipamentos é muito extenso. Mas, vou focar na área de demolição. Dispomos de importante oferta de equipamentos hidráulicos acopláveis às escavadeiras e que executam as pesadas tarefas da obra, com segurança e elevada performance. As ferramentas manuais passaram por um processo de reengenharia e estão em nível muito superior em termos de ergonomia e produtividade ao que existia antes. O processo de tratamento de resíduos de demolição conta com unidades móveis de britagem, condição importante para viabilizar as exigências da lei nº 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Blog Sobratema – Qual sua avaliação do mercado de demolição no Brasil?
Marcos Schmidt – O mercado de demolição vem apresentando mudanças, além de estar em maior evidência, com a nova realidade de expansão da concentração urbana e do acelerado adensamento populacional nas metrópoles, onde a oferta de espaços livres é quase inexistente e, para se construir, é necessário demolir primeiro. Somado a isso, os modelos de gestão na construção civil também avançaram e o custo de cada etapa da obra é mais facilmente percebido. Assim, ao analisar, por exemplo, o custo/hora de uma escavadeira, facilmente conclui-se que, ao reduzir-se o tempo de execução de uma tarefa, haverá uma razoável contribuição na lucratividade, condição que aconselha uma cuidadosa seleção de equipamento que ofereça performance superior.
Nesse sentido, podemos mencionar o rompedor hidráulico, que é o equipamento de demolição mais amplamente difundido no Brasil. Sua aplicação tem ocorrido, em algumas situações, de forma indiscriminada, comprometendo o resultado do processo. Em seu lugar, poderiam ser usadas, por exemplo, as tesouras hidráulicas, cujo desenho e ação proporcionam a rápida remoção de uma estrutura aérea, liberando o espaço necessário para a continuidade da obra, sem comprometer a segurança.
Blog Sobratema – Como a mecanização pode contribuir para o aumento da produtividade na construção?
Marcos Schmidt – Dentro dos canteiros, existem inúmeras atividades mecanizáveis. A movimentação de materiais e execução de trabalho em altura, por exemplo, foi um setor que evoluiu significativamente devido à utilização de plataformas aéreas. De forma geral, podemos afirmar que a mecanização é um processo irreversível, não para substituição de mão-de-obra, mas para dotar a construção civil de opções que reduzam os tempos de execução, incrementem a precisão e garantam elevado nível de segurança que deve ser visto como alvo de suma importância.