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Publicado em 30 de setembro de 2015 por Mecânica de Comunicação

Como dimensionar a quantidade de boxes em uma oficina

Por Norwil Veloso *
 
Para dimensionar o número de boxes em uma oficina, além das informações contidas na documentação de planejamento, será necessário definir a eficiência mecânica dos equipamentos, que deverá ser a mais próxima possível da realidade da empresa. 

Essa eficiência, traduzida num índice numérico que reflete a relação entre as horas trabalhadas e as horas trabalhadas mais aquelas à disposição da manutenção [HT / (HT+HDM)], será usada como base para o cálculo da quantidade de boxes de cada oficina. Normalmente, esse valor está situado entre 60% e 80%.

O complemento desse índice define a quantidade de equipamentos que permanecerão permanentemente em manutenção: se a eficiência for, digamos, 70%, isso significa que 30% dos equipamentos que serão mobilizados permanecerão continuamente parados.

Assim, será necessário dispor de um box para cada equipamento parado, ou seja, a quantidade de boxes será igual à diferença entre 100% e a eficiência prevista, multiplicada pela quantidade de equipamentos a ser atendida.
 
N = (1-E)n 
 
Onde:
N = quantidade de boxes de oficina
n = quantidade de equipamentos a ser atendida pela oficina
E = eficiência mecânica

Assim, se supusermos a seguinte situação:
Haverá somente uma oficina principal;
A obra é curta, portanto o dimensionamento será feito pelo pico;
Quantidade total de equipamentos no pico: 46;
Quantidade de equipamentos atendidos pela oficina principal: 32;
Eficiência mecânica prevista: 80%.  

Teremos o seguinte dimensionamento:
Percentual de equipamentos parados continuamente: 
100% - 80% = 20% 
 
Quantidade de boxes da oficina principal:
32 equipamentos x 20% = 6,4 (ou seja, 7 boxes) 
 
O pátio deverá permitir a manobra dos equipamentos que utilizarão a oficina e o estacionamento daqueles que estiverem aguardando peças ou componentes. Mas nem todas as máquinas que estiverem aguardando peças terão condições de ser removidas do interior da oficina para o pátio e vice-versa, recomendando-se, nesse caso, deixar alguns boxes a mais para equipamentos nessa situação. 
 
* Norwil Veloso é engenheiro mecânico com MBA em administração e longa vivência na gestão e manutenção de equipamentos para construção. Esse texto foi publicado originalmente no Guia Sobratema de Equipamentos 2014-2016