A construção no Brasil adotou a sustentabilidade como um dos fatores mais importantes a serem considerados em uma obra. Seja na área de infraestrutura ou em empreendimentos imobiliários e comerciais, existe uma atenção especial na melhor gestão de recursos naturais e na adoção de tecnologias e soluções que visem menor consumo desses recursos e mais eficiência. 

Nesse panorama de uma maior conscientização da importância da sustentabilidade na construção é que surgiu o projeto do Salão da Sustentabilidade para ser apresentado na Construction Expo 2016 – Feira e Congresso Internacional de Edificações e Obras de Infraestrutura, a ser promovida de 15 a 17 de junho do ano que vem, em São Paulo. Uma iniciativa da Inovatech Engenharia/Casa AQUA e da Sobratema.  

Confira entrevista com o engenheiro Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia:

LHF - A Construction Expo é um dos poucos eventos que abordam de maneira completa o setor da construção, integrando a iniciativa privada com o poder público de maneira muito focada. Acreditamos que estamos atrasados na implantação da sustentabilidade no setor da construção e somente eventos como esse têm a força para reunir todos os agentes necessários para a criação de uma sociedade mais equilibrada.

LHF - O objetivo é demonstrar para os visitantes que é possível ser sustentável na construção sem, necessariamente, ser mais oneroso do ponto de vista financeiro. A abordagem de sustentabilidade na construção de forma sistêmica leva a economias de processo, e não, necessariamente, a um aumento de custos por conta do aparelhamento tecnológico de empreendimentos.

LHF – Nossa expectativa principal é conseguir trazer uma grande variedade de empresas e soluções, de modo a proporcionar ao visitante uma experiência sensitiva e interativa dos reais benefícios de se aplicar os conceitos de sustentabilidade e ecoeficiência no setor da construção. Será um Salão voltado para tendências e para soluções que apresentem resultados concretos do ponto de vista de sustentabilidade.

LHF - A partir do momento em que o mercado consumidor começa a demandar sustentabilidade, toda a cadeia produtiva se adequa a esta nova realidade. E, atualmente, estamos vivenciando, justamente, esta tendência.

LHF - Em situações como a crise hídrica enfrentada pela maior parte dos brasileiros, por exemplo, uma construção sustentável deve ter como princípio somente utilizar água potável onde é estritamente necessário, ou seja, deve reduzir de todas as maneiras a demanda, e reaproveitar ao máximo a água antes de seu descarte. Dentro dessas premissas, surgem diversas alternativas, desde as mais simples, como válvulas de descarga de duplo fluxo, até soluções mais complexas, como a recuperação de água de sistemas de ar-condicionado. 

LHF - O poder público deveria tomar medidas voltadas para o incentivo à eficiência, como por exemplo, reduzindo impostos para equipamentos de alta eficiência energética. Neste caso, o governo perde arrecadação por um lado, mas economiza muito a partir do momento em que não precisa investir em mais usinas para geração de energia. Países como a Inglaterra fizeram essa conta para painéis termo-solares de aquecimento de água, onde saiu mais barato incentivar o uso dos painéis do que disponibilizar energia para calefação das residências. Enfim, faltam políticas públicas que abordem a questão de uma maneira global, pensando na sustentabilidade de maneira sistêmica, que é a única maneira de gerar resultados concretos e duradouros.