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Publicado em 20 de janeiro de 2016 por Mecânica de Comunicação

Concreto autorregenerativo pode chegar ao mercado até o fim de 2016

 Uma solução química que pode ser borrifada sobre estruturas de concreto, sobretudo pontes e viadutos, de forma a fazer o próprio concreto se autorregenerar está em desenvolvimento na Universidade Yonsei, na Coreia do Sul e deve entrar no mercado até o fim de 2016. A inovação poderia solucionar boa parte dos problemas de fissuras e rachaduras que colocam em risco boa parte da infraestrutura viária do país. Um levantamento feito pelo Departamento de Estruturas e Construção Civil da Universidade Federal de Santa Maria (RS) apontou que ações corrosivas provocadas por poluentes e por íons de cloreto, predominante no litoral, são responsáveis por 65% das patologias do concreto.

 

Os pesquisadores sul-coreanos reconhecem que há outros experimentos em desenvolvimento com o propósito de autorregeneração do concreto, mas observam que muitas dessas pesquisas exigem a colocação de microcápsulas de autorreparo que demandam um agente de cura menos acessível. Tais soluções podem encarecer o processo, o que não ocorre no caso do experimento em andamento na Universidade Yonsei, que se baseia apenas na exposição da estrutura à luz solar, recurso abundante e sem custo. 

O processo consiste na aplicação de uma camada protetora sobre o concreto, que é formada por microcápsulas de polímero e uma substância química responsável pela reação ao contato com a luz solar que promoverá a regeração da superfície, por meio da formação de uma camada sólida e impermeável que eliminará microrrachaduras, protegendo toda a estrutura. Para produzir as cápsulas foi criada uma solução de água, ureia e cloreto de amônio, bem como resorcinol, que é um derivado de benzeno responsável por estimular a formação da cápsula. 

Nos primeiros testes, utilizando blocos de concreto de 666 gramas cada, alguns foram borrifados com a “capa” protetora e expostos por quatro horas à luz solar. Para testar a eficiência dos resultados, os blocos ficaram 24 horas submersos em água e depois foram pesados para registrar a quantidade de água infiltrada. Em média, o concreto não tratado acumulou 11,3 gramas de água, enquanto os blocos com revestimento de microcápsulas tiveram apenas 0,4 gramas de infiltração. 

Outras inovações relacionadas com concreto estão mensalmente na revista Grandes Construções.