Publicado em 01 de dezembro de 2016 por Mecânica de Comunicação
Adoção de sistemas inteligentes pode melhorar a eficiência da mobilidade em cidades
Resultado do modelo implantado por cada cidade para a movimentação de pessoas, mercadorias e valores, a mobilidade urbana é afetada por fatores como a ocupação do solo, um sistema de transporte público eficiente, a integração entre os diversos modais e o crescimento do transporte individual. A falta de um plano de mobilidade pode custar caro para os munícipios. Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), somente em São Paulo, a crise de mobilidade custa por ano mais de R$ 40 bilhões, valor equivalente a 7,5% do PIB paulistano.
Para os cidadãos, a falta de um transporte eficiente afeta diretamente seu cotidiano e sua qualidade de vida. Se uma pessoa gasta duas horas por dia para ir e voltar do trabalho, em cinco dias por semana, ela perde 480 horas ao ano. Há ainda as questões relacionadas à saúde e a sustentabilidade do meio ambiente resultantes da poluição do ar, da inalação de resíduos derivados da emissão de gases, da exposição à poluição sonora e do estresse.
No entanto, os municípios brasileiros vêm buscando soluções para melhorar a movimentação de pessoas e a integração entre os diferentes modais. Em Salvador, neste ano, teve início a instalação de semáforos inteligentes que, por meio de uma programação, analisam e se adaptam às condições de tráfego, alterando o tempo de abertura e fechamento do fluxo de motoristas. Esses equipamentos possuem uma tecnologia embarcada e são interligados por uma estrutura de fibra ótica. A estimativa é que quando eles começarem a funcionar de maneira completa – 88 pontos com semáforos - deve facilitar em até 40% o fluxo de veículos.
Esse tipo de tecnologia já foi adotado em outros lugares, como a cidade espanhola de Valladolid, que priorizou o tráfego de pedestres e, com isso, reduziu em 21% do tempo médio de espera de 20 mil pessoas que transitam em uma via de muito movimento no município. Além disso, esse sistema está integrado com tecnologias ligadas à iluminação e telecomunicação para captar informações, a fim de que o sistema de controle atue de maneira inteligente, resultando, dessa maneira, em um trânsito mais seguro e livre.
Uma das cidades mais conectadas e inteligentes do planeta, Barcelona também possui semáforos inteligentes, somados a outros sistemas como iluminação, com controle remoto de mais de 1000 postes, energia, água e transporte. Uma das inovações que chama atenção são as placas variáveis de velocidade que estão localizadas nas rodovias de acesso à cidade. Essas placas alteram a velocidade de acordo com o congestionamento existente dentro de Barcelona, como por exemplo, em casos de trânsito parado, a velocidade é reduzida para que os carros que estão em direção ao município demorem mais tempo para chegar ao seu destino.
O tema mobilidade e o exemplo da cidade de Barcelona foram discutidos no terceiro encontro do Lab de Comunicação para Mobilidade Urbana, da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), cujos especialistas expuseram outras ideias e soluções para os problemas do deslocamento e da convivência nas grandes metrópoles. A revista Grandes Construções também publica regularmente matérias sobre o assunto.