Publicado em 26 de janeiro de 2017 por Mecânica de Comunicação
Tecnologia transforma bagaço da cana em carvão ativo para combate à poluição
A cana-de-açúcar é uma das principais culturas da economia brasileira. Atualmente, o país é o maior produtor de cana no mundo, sendo responsável por mais da metade do açúcar comercializado em nível global. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, até 2018/2019, o Brasil deve colher 47,34 milhões de toneladas do produto, o que corresponde a um acréscimo de 14,6 milhões de toneladas em relação ao período 2007/2008.
A cana também é utilizada para produção do etanol, e seu bagaço e sua palha são usados como combustível para a produção de energia elétrica. Em 2015, de acordo com balanço da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a participação da biomassa da cana-de-açúcar na matriz energética nacional foi de 16,9% ante 15,7% em 2014. Outro ponto importante é que a maioria usinas produz sua própria energia a partir da queima do bagaço nas caldeiras.
Foto: Divulgação LNNano/CNPEM
Além de ser fonte de energia renovável e alternativa na substituição de combustíveis fósseis, a cana pode vir a ser ainda um elemento importante no combate à poluição e à contaminação do ar e das águas. Uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório Nacional de Tecnologia, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNNano/CNPEM) está desenvolvendo uma técnica para a produção de carvão ativo, a partir de seu bagaço, o que pode impactar positivamente na fabricação de filtros mundialmente.
O carvão ativo é uma alternativa economicamente viável, até 20% mais barata, e com a mesma eficiência, se comparada ao carvão disponível no Brasil, e que geralmente é importado de outros países. Por meio de uma cooperação bilateral firmada por meio do Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBCIN), esse carvão já está em teste em Xangai para descontaminação de ar nos túneis da cidade, que sofrem com congestionamentos, gerando gases tóxicos.
De acordo com os pesquisadores, o carvão ativo feito a partir de bagaço de cana já tem maturidade suficiente e deve estar disponível para o mercado em um prazo entre cinco e dez anos. A produção brasileira de cana na safra 2015/2016 ultrapassou as 665 milhões de toneladas, e deste total, aproximadamente um terço consiste em bagaço, que é obtido após o processo de moagem da cana nas usinas. Os dados são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Para contribuir com a melhor gestão do ar e da água, a BW Expo 2017 – Feira de Serviços e Tecnologias para Gestão Sustentável de Água, Resíduos, Ar e Energia trará modernos serviços e tecnologias nesse segmento que atendam as demandas dos setores público e privado e as necessidades da população. O evento compõe a Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos e será realizado em junho de 2017.