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Publicado em 01 de fevereiro de 2018 por Mecânica de Comunicação

Pesquisa avalia uso de gás carbônico pela indústria da construção

Estima-se que a indústria cimenteira seja responsável por 5 a 8% das emissões globais de CO2, sendo 95% do gás gerado durante a fabricação e apenas 5% no transporte do material. Uma vez que a produção mundial de cimento é de 3,5 bilhões de toneladas anuais e projetando um aumento para 5,5 bilhões anuais até 2050, apenas a indústria cimenteira poderá ser responsável por 30% do total das emissões mundiais de CO2.

Para oferecer maior sustentabilidade à produção de cimento, pesquisadores já vêm desenvolvendo estudos e trabalhos científicos e técnicas diferenciadas, visando sua aplicação no mercado. Um desses projetos é do engenheiro Alex Neves Júnior, que estudou a viabilidade de fabricação de peças à base de cimento, como telhas e pavimentos, tratadas com o CO2 que sairia pelas chaminés das fábricas.

No processo, o CO2 capturado reage com o hidróxido de cálcio do cimento durante as primeiras horas de produção dos materiais.  Essa reação pode aumentar a resistência mecânica de peças cimentícias, se comparadas com materiais produzidos pelo método tradicional.

A ideia de "sequestro do carbono" já é conhecida pela indústria da construção. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi desenvolvida a técnica que incorpora o CO2 capturado na mistura do concreto auto adensável, promovendo a economia de água e cimento. Segundo Alex Neves Júnior, o diferencial da pesquisa brasileira é o estudo de peças produzidas com a técnica, o que permitirá no futuro a construção de casas protótipo.

A tese "Captura de CO2 em materiais cimentícios através da carbonatação acelerada”, apresentada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), venceu a quarta edição do Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade. O trabalho está disponível para download neste link.