Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

BLOG SOBRATEMA

Publicado em 17 de agosto de 2018 por Mecânica de Comunicação

Perfuratriz multifuncional permite monitoração eletrônica com cinco tipos de estacas


Os tipos de estacas para fundações são variados, atendendo as exigências particulares de cada projeto e condições geológicas específicas. No Brasil, as estacas do tipo hélice contínua e as escavadas com trado mecânico são utilizadas há mais tempo, sendo a estaca hélice segmentada uma tecnologia mais recente, mas com uso em ascensão desde o início dos anos 2000. Ainda há a estaca hollow-auger, recomendada para casos especiais, como no caso de necessidade de uma fundação profunda em local com interferência aérea ou pé direito baixo, e a estaca raiz, com maior capacidade de carga em relação às de outros tipos.   
 
                   Imagens retiradas da dissertação 
 

Os ensaios de campo, por sua vez, são fundamentais para conhecer as configurações do terreno que receberá as fundações, sendo a sondagem à percussão, conhecida pela sigla SPT (Standard Penetration Test), largamente usada no Brasil. Outra ferramenta importante, já aplicada em estacas do tipo hélice contínua e hélice segmentada, é a monitoração eletrônica, pois proporciona uma investigação geotécnica complementar e previsões precisas de capacidade de carga do elemento isolado de fundação.       

Considerando a variedade de solos, estacas e técnicas de ensaios, a viabilidade de um projeto de perfuratriz capaz de trabalhar com diferentes tipos de estacas tem sido estudada por especialistas. Um projeto acadêmico desenvolveu uma máquina que opera com cinco tipos de estacas - hélice contínua, hélice segmentada, escavada com trado mecânico, raiz e hollow-auger. Além da multifuncionalidade, o equipamento traz um sistema de monitoração capaz de avaliar o trabalho dos cinco tipos, inclusive a raiz e hollow-auger, o que não acontece quando essas estacas são executadas com equipamentos convencionais.  

O projeto proposto de perfuratriz prioriza o uso de componentes nacionais, a fim de diminuir custos e facilitar a manutenção, e componentes que tenham aplicação em outros equipamentos, como equipamentos de terraplanagem e guindastes. As especificações técnicas do novo equipamento, tais como torque da mesa rotativa e força de extração da hélice, são compatíveis com aquelas de máquinas já existentes, nacionais ou importadas, dentro das variações de diâmetro e profundidade executada conhecidas. A nova perfuratriz permite a combinação de estacas hélice contínua e hélice segmentada, resultando num equipamento mais baixo que os convencionais para hélice contínua, e admite dois tipos de montagem, uma para a execução de estacas raiz e outra para os quatro tipos de estacas restantes.            

Mais detalhes estão na tese de doutorado Projeto de Perfuratriz Multifuncional para Execução de Estacas e Desenvolvimento de Sistema de Monitoração Eletrônica da Perfuratriz, de autoria de Gilmar Wilian Barreto, orientação de José Carlos Angelo Cintra e apresentada na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP).