Publicado em 22 de março de 2019 por Mecânica de Comunicação
A maioria das metrópoles brasileiras se desenvolveu sem o devido planejamento e cresceu de forma desordenada. Entre os problemas decorrentes desses fatos está o desequilíbrio ambiental que uma grande cidade pode provocar, sendo a emissão de gases poluentes na atmosfera por fábricas e veículos o aspecto mais conhecido nesse sentido. Porém, existem outras questões como, por exemplo, o escoamento pluvial que, em uma área urbana, é muito dificultado pela escassez de árvores e de solo permeável e pelo excesso de pavimentos de concreto ou asfalto.
A drenagem pluvial em áreas urbanas é um fator crítico, pois evita fatalidades e preserva a infraestrutura local. É geralmente dividida entre duas esferas, a microdrenagem - definida pelas atividades de captação dos escoamentos da superfície por meio de infraestrutura que abrange toda a extensão de uma cidade, sendo os principais componentes as sarjetas, meios fios, bocas de lobo, galerias e poços de visitas - e a macrodrenagem, responsável pelo escoamento de grandes vazões via cursos d'água, tais como córregos e rios. Os sistemas de drenagem urbana nem sempre acompanham o crescimento vertiginoso de metrópoles ou conseguem responder ao volume de água das chuvas, especialmente em algumas épocas do ano; por isso é importante que gestores, urbanistas e engenheiros encontrem meios de aprimorar a infraestrutura existente.
Um dos caminhos é o retrofit, prática sustentável, pois é baseada no reaproveitamento de estruturas e materiais. O uso dessa técnica em sistemas de drenagem urbana foi incentivado por uma ONG norte americana e, recentemente, um estudo brasileiro comprovou a eficácia da iniciativa em território nacional. Naturalmente, algumas modificações foram sugeridas em relação ao modelo produzido nos EUA, sendo a principal delas a inclusão de uma etapa preliminar de contenção e prevenção dos danos causados pelos sistemas de drenagem existentes. O objetivo da alteração é mitigar os impactos gerados pelo sistema tradicional já implantado e permitir a análise integrada de todo o sistema, identificando melhores pontos e locais para as modificações necessárias. O estudo brasileiro ainda indica que os custos são reduzidos devido ao aproveitamento da infraestrutura preexistente e que, na perspectiva ambiental, os impactos gerados pela urbanização e relacionados à drenagem são atenuados, possibilitando a recuperação do ecossistema.
O estudo completo, Drenagem Urbana Sustentável: análise do uso do retrofit, é de autoria de Hugo do Vale Christofidis, orientação de Maria Augusta Bursztyn e foi aprovado como dissertação de mestrado pela Universidade de Brasília (UNB).
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