Publicado em 20 de agosto de 2019 por Mecânica de Comunicação
A energia elétrica no Brasil é gerada por meio de diversas formas, a partir de fontes renováveis ou não renováveis. As do primeiro tipo estão em evidência como possível solução para amenizar as consequências do efeito estufa e reduzir os gases que o causa, sendo alguns deles originados na produção de energia elétrica por meio de combustíveis fósseis. Embora não estejam livres de provocar impactos ambientais, as fontes renováveis baseadas na ação dos ventos e dos oceanos (a partir de marés, ondas ou correntes) se destacam pela reduzida agressividade em relação ao meio ambiente.
Embora a matriz energética brasileira tenha presença significativa de fontes renováveis, ainda há espaço para aumentar o quadro sustentável. Um dos possíveis caminhos é a já citada energia vinda dos oceanos, obtida por meio de conversão térmica, energia das marés ou das ondas; ainda se relaciona à esse tipo de geração a energia eólica offshore, isso é, parques eólicos construídos em corpos d'água, sendo o oceano o lugar mais comum para tal fim devido ao grande volume e força dos ventos oceânicos. No Brasil, o aproveitamento da energia das ondas é viabilizado pela enorme faixa litorânea, com quase 8 mil quilômetros de extensão, e por condições meteorológicos propícias à formação de ondas, com grande incidência de sol e muitos ventos. De maneira mais específica, um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estimou o potencial energético das ondas brasileiras em 87 GW entre as regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
Como é característico das fontes renováveis, é necessário o desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias para conversão final em energia elétrica. Nesse sentido, importantes avanços ocorreram no Brasil durante os últimos anos. Em 2012, o estado do Ceará inaugurou a primeira usina brasileira de ondas no Porto do Pacém, localizada no município de São Gonçalo do Amarante. Já a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) desenvolve projetos de simulação das ondas do mar na costa do Rio Grande do Sul, estudando também o impacto ambiental para instalação de parques eólicos offshore. Outra importante referência é o CENPES, Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás; além de projetos em energia solar, eólica e eficiência energética, o departamento da estatal também realiza um mapeamento de energia dos oceanos no Brasil.
A dissertação de mestrado Avaliação Ambiental dos Conversores de Energia das Ondas Aplicados à Geração Elétrica traz mais detalhes sobre o tema. A autoria é de Ilana Pereira Cunha, com orientação de Marcos Antonio Moreira e foi aprovada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFFluminense).
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