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Publicado em 13 de novembro de 2019 por Mecânica de Comunicação

Perspectivas e cenários futuros para a energia fotovoltaica

A energia solar fotovoltaica tem apresentado expressivo crescimento em todo o mundo. Estimativas de organismos internacionais indicavam que, em 2016, o total de equipamentos instalados respondia por cerca de 100 GW de potência gerada. No Brasil, entretanto, poucos são os sistemas de grande porte (na casa de 1 MW) em ambiente urbano. Apesar desse cenário, recentemente foi instituído o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), que determina novos interesses e metas para o progresso do uso da energia solar, despertando boas expectativas e promessas para os próximos anos. 
 
Tais fatores, aliados aos contextos da ocorrência de crises hídricas, redução do consumo energético, retração econômica e elevados custos da energia, reforçam a necessidade de estudos sobre a possibilidade de subsídios e da viabilidade técnico-econômico para a implantação em larga escada de energia fotovoltaica para tomadores de decisões em empresas do setor. Ainda que limitado pela legislação e modelo restrito do Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), é possível estabelecer como meta que 10% da energia de uma concessionária passe a ser provenientes do atendimento de energia fotovoltaica. 
 
Tal cenário é plenamente possível de ser alcançado e concretizado, visto que existem países onde tal percentual já é uma realidade. Essa informação deve ser levada em conta para os próximos estudos, elaboração de políticas públicas ou definição de estratégias a nível nacional para a promoção e propagação de energias renováveis, principalmente a solar pois será, em breve, efetivamente uma tendência natural, assim que a população residencial passar a adotar esse tipo de tecnologia em larga escala.
 
Além do consumidor doméstico, há um enorme potencial de uso de energia fotovoltaica em relação, por exemplo, aos prédios e instalações públicas, sobretudo o das universidades e demais instituições de ensino. Uma simulação feita num estudo de caso da AES Sul e da Universidade Federal de Santa Maria (RS) constatou que há um grande potencial do uso dessa energia. Do mapeamento feito no campus da instituição de ensino constatou-se que a mesma possui algo em torno de 425,6 hectares livres para potencial uso de energia fotovoltaica. Acredita-se que seria possível utilizar um máximo teórico da ordem de 250 MW de potência. Caso se optasse pela utilização somente dos telhados e coberturas, a Federal de Santa Maria teria uma área de 234 m², os valores de representariam um potencial de geração de 36,57 MW. 
 
As considerações e recomendações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Impacto Técnico e Econômico da Energia Fotovoltaica em Prédios Públicos Através de Geração Distribuída, defendida no curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica por Ricardo Cézar do Amaral. A orientadora do trabalho foi a professora Luciane Neves Canha.