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Publicado em 09 de janeiro de 2020 por Mecânica de Comunicação

Barômetro da Sustentabilidade avalia municípios cearenses

O desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, chamado de desenvolvimento sustentável, tornou-se uma questão primordial nas políticas governamentais, uma vez que incute a necessidade de se aliar o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Por isso, avaliar o grau de sustentabilidade de territórios assume um caráter essencial no diagnóstico das condições humanas e ambientais atuais apresentadas, além de refletir perspectivas de desenvolvimento econômico e conservação dos recursos naturais.

Nesse contexto, para realizar essa avaliação são necessários indicadores, que aglutinem e quantifiquem informações de uma maneira que sua significância se torne visível. Assim, três ferramentas de avaliação destacam-se nesse mercado, sendo consideradas as mais relevantes: Barômetro da Sustentabilidade (BS), Pegada Ecológica e Painel de Sustentabilidade. 

A Pegada Ecológica basicamente contabiliza os fluxos de matéria e energia que entram e saem de um sistema econômico e converte estes fluxos em área correspondente de terra ou água existentes na natureza para sustentar este sistema ou população, assim a apropriação de uma determinada população sobre a capacidade de carga do sistema total é representada pelo método. 

Já o Painel de Sustentabilidade utiliza um software para gerar o índice que reflete o grau de sustentabilidade, sendo assim possível expandir as dimensões da ferramenta, que a princípio eram três: 1) Dimensão Econômica: produção e estrutura e padrões de consumo; 2) Dimensão Social: saúde, equidade, segurança, educação, habitação e população; 3) Dimensão Ambiental: solo, ar, água e biodiversidade.

No caso do método do BS, ele tem como característica atraente a capacidade de combinar um grande número de indicadores em duas dimensões principais, bem-estar ambiental (BEAmb) e bem-estar humano (BEHum), sendo os resultados apresentados em forma gráfica de fácil interpretação. Os eixos BEHum e BEAmb se subdividem-se em cinco dimensões. Para a sociedade considera-se: saúde e população, riqueza, conhecimento e cultura, comunidade e equidade. Para o meio ambiente tem-se: terra, ar, água, espécies e utilização de recursos.

Esse método foi utilizado para mensurar o progresso de 184 municípios cearenses em relação ao desenvolvimento sustentável. A aplicação do BS foi motivada pela arquitetura aberta, uma vez que nem sempre os indicadores fixos de outros métodos estão disponíveis, para por exemplo, cidades de pequeno porte como as encontradas no interior do estado. Outro ponto considerado na seleção do método foi a ênfase equilibrada entre os 32 aspectos ambientais e sociais que o compõem, o que não acontece em outros métodos, a exemplo da Pegada ecológica que trata como protagonista, apenas, a utilização dos recursos naturais e a capacidade de suporte dos ambientes.

Como resultado, constatou-se que que nenhum município cearense é sustentável ou potencialmente sustentável segundo a classificação da Escala do Barômetro da Sustentabilidade, assim 32,07% apresentaram nível intermediário, 66,30% dos municípios são potencialmente insustentáveis e 1,63% mostraram-se insustentáveis.

As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Desenvolvimento sustentável no Ceará: uma análise a partir da aplicação do Barômetro de Sustentabilidade, defendida por Andressa da Silva, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (Recursos Hídricos) do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará, sob orientação da professora Ana Bárbara de Araújo Nunes.