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Publicado em 30 de janeiro de 2020 por Mecânica de Comunicação

Tratamento biológico pode ser alternativa para combater a poluição atmosférica

A alteração ambiental decorrente da evolução humana vem tendo um impacto significativo na saúde dos indivíduos. A poluição do ar, por exemplo, pode causar desde dores de cabeça, problemas oftalmológicos e gastrointestinais, até doenças cardiovasculares e pulmonares, chegando a alguns tipos de câncer e até mesmo a morte. 

Por esse motivo, é necessário o desenvolvimento de medidas de redução dessa poluição atmosférica, sendo a primeira delas a identificação e caracterização dos agentes causadores dos impactos na saúde. 

Dentre os poluentes do ar, que causam esses impactos, destacam-se os compostos orgânicos voláteis (COVs), principalmente, os hidrocarbonetos, como os aromáticos (benzeno, tolueno, xileno e etilbenzeno e suas misturas), que são classificados pela USEPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) como poluentes atmosféricos perigosos (HAP), sendo extremamente agressivos à saúde.

Além da inalação dos poluentes atmosféricos tóxicos, alguns desses componentes podem se depositar no solo ou nas águas superficiais, onde são absorvidos pelas plantas e ingeridos por animais, entrando na cadeia alimentar. Assim como os seres humanos, os animais também podem ter problemas quando expostos por longo tempo a determinadas concentrações de gases tóxicos.

Assim, é importante utilizar o sistema de controle de poluição do ar para COVs. A escolha de qual é o melhor sistema depende das condições de processo, como vazão, concentração do poluente, temperatura, umidade, entre outros, além das características físico-químicas do poluente, como solubilidade, nível de biodegradabilidade, etc.

As tecnologias usuais para tratamento de poluentes gasosos incluem condensação, incineração térmica ou catalítica, adsorção e absorção. Porém, há uma tecnologia alternativa: o tratamento biológico. Mais barata, é considerada mais limpa do que as convencionais, pois economiza energia, não gera resíduos, nem efluentes líquidos para serem tratados posteriormente.

Além disso, a simplicidade do processo de biodegradação torna o tratamento biológico uma tecnologia mais prática e viável economicamente para tratar grandes volumes de ar com baixa concentração de contaminantes. Nesse processo, o baixo custo de operação é resultado, principalmente, do uso da oxidação biológica em condições ambientes em substituição à oxidação térmica ou química.

É importante lembrar que a USEPA vem apoiando o desenvolvimento de novas tecnologias, como o biotratamento de emissões atmosféricas empregando biorreatores, para reduzir a emissão desses compostos.

As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Tratamento de Compostos Orgânicos Odoríferos Tóxicos por Biorreatores defendida por Ligia Cristina Gonçalves de Siqueira, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, sob orientação do professor João Vicente de Assunção.