Publicado em 14 de maio de 2020 por Mecânica de Comunicação
Os conceitos de desempenho ambiental e sustentabilidade têm sido utilizados como forma de revelar as relações do empreendimento com o meio ambiente e com a sociedade, constituindo um parâmetro de análise da sua postura diante das questões socioambientais. A avaliação dos aspectos e impactos ambientais gerados pelo empreendimento é o instrumento principal da gestão ambiental.
Baseados nesses conceitos, empreendimentos, de todos os tipos, estão cada vez mais preocupados em atingir um desempenho ambiental correto, por meio do controle dos impactos que são gerados pelas suas atividades, produtos e serviços sobre o meio ambiente, coerente com sua política e seus objetivos ambientais. Agem assim dentro de um contexto de legislação cada vez mais exigente, do desenvolvimento de políticas econômicas e outras medidas visando adotar a proteção ao meio ambiente e de uma crescente preocupação expressa pelas partes interessadas em relação às questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável.
Um dos setores que está trabalhando com esses conceitos é a mineração, que causa um impacto ambiental considerável devido a sua rigidez locacional. Ela altera intensamente a área minerada e as áreas vizinhas, com a deposição de estéril, de rejeito, além dos impactos ambientais na fase de beneficiamento do minério. Entre os impactos ambientais mais significativos estão o visual, sobrepressão acústica, vibração do terreno, ultralançamento de fragmentos de rocha, ruídos e poeira.
Nesse sentido, o principal e mais visível impacto causado pela atividade minerária é o que se refere à degradação visual da paisagem. Os efeitos mais característicos do impacto visual são os escorregamentos de massas de solo e rochas, assoreamento de vales e cursos de água causados por erosões, pilha de estéril, crateras, lagos, paredões e áreas devastadas são produtos da mineração em numerosos casos, impedindo a posterior utilização.
O controle utilizado pela mina para minimizar os efeitos da erosão é o método de cortes adequados nos taludes seguindo a topografia natural. São utilizados também os “botadentro”, que é a deposição do estéril nas áreas já mineradas. Este método utiliza o material estéril removido do topo das bancadas à medida que a extração avança. Após a sua deposição nas áreas exauridas é implantada cobertura vegetal para evitar possíveis erosões.
Assim, para diminuir ainda mais os efeitos ambientais provocados pela atividade minerado, pode-se implantar um Sistema de Gestão Ambiental, que é compreendido pela criação da política ambiental, planejamento, implementação e operação, verificação, análise pela administração e melhoria contínua. O primeiro ponto de observação é a definição dos impactos ambientais mais relevantes no empreendimento.
Definido os impactos ambientais pelo grau de significância e verificando a eficiência dos controles dos impactos é estabelecido o planejamento, baseado em objetivos e metas. Devem-se estabelecer indicadores para serem usados como referencial das medições e/ou análises. As metas ambientais desdobram e operacionalizam os objetivos. Os mesmos devem ter prazos e responsabilidades bem de definidas e, sempre que possível, ser quantificadas em valores relacionados com os níveis de desempenho ambiental.
Outro ponto de grande relevância é o treinamento para a operação dos equipamentos e mecanismos de controle, conscientização dos colaboradores para com as consequências dos atos falhos e competência técnica advinda de cursos e experiências. A junção de todos estes fatores promove a melhoria efetiva no controle dos impactos bem como na sua mitigação.
As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Impactos ambientais e a possibilidade de implantação do sistema de gestão ambiental (NBR ISO 14001:2004) em uma mineração de agregados, defendida por Patrick Luiz de Castro Rocha Ferreira, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação do professor Afonso Henriques Martins.
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