Publicado em 23 de julho de 2020 por Mecânica de Comunicação
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 80% da população urbana mundial vive sob níveis nocivos de poluição, estando sujeitos a doenças respiratórias, cardiovasculares, neurológicas e câncer. Dentre os principais poluentes responsáveis pela deterioração da qualidade do ar está o material particulado (MP), principalmente as partículas MP10 e MP2,5 que penetram profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular dos seres humanos, aumentando o risco de doenças ou acelerando a sua evolução.
O material particulado fino pode causar também perdas das propriedades funcionais das plantas, como fotossíntese, redução de biomassa e impacta a sua capacidade de reprodução. Em um grau mais severo de risco ambiental, pode interferir na distribuição de espécies numa determinada área e consequentemente, na sucessão vegetal.
No transporte ferroviário, uma das preocupações nesse sentido é a operação que envolve os materiais de granulometria fina, que podem ser inferiores a 0,15mm. Devido à baixa granulometria, esse material contribui com a emissão de material particulado, proveniente das pilhas dos pátios, das operações de carga e descarga e dos vagões carregados, por meio do arraste eólico. Dentre os materiais transportados, uma maior atenção deve ser dada ao minério de ferro, que representa quase 3/4 de toda carga transportada na malha ferroviária brasileira.
Assim, medidas de controle de emissão do MP são essenciais para se garantir a qualidade ambiental e a qualidade de vida da população. Por isso, na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), administrada pela VALE, são praticadas diversas medidas de controle de material particulado, para evitar o seu aporte das pilhas de materiais e vagões transportadores.
A EFVM tem mais de 900 quilômetros de extensão total entre linha, tronco e ramais, interligando o estado de Minas Gerais ao litoral do estado do Espírito Santo. Em 2014, foram transportados, em média diária, na ferrovia, 50 lotes com 84 vagões de minério em cada lote. Esse transporte tinha origem em várias minas, percorrendo uma distância média de 600 km até Tubarão (ES), seu destino mais comum.
Dentre as medidas adotadas pela EFVM para controle de MP estão a redução da velocidade dos trens nas áreas de comunidades, enclausuramento dos equipamentos nas áreas de transferência de materiais, umidificação dos materiais nos pátios de estocagem, carregamento e transporte, com o uso de supressores de pó junto com a umidificação, formando uma camada protetora do arraste eólico.
Como as tecnologias estão sempre em evolução, é necessária uma revisão contínua dos insumos e equipamentos utilizados para controle das emissões, para garantir uma maior efetividade no processo. Além disso, há uma exigência sempre maior por parte da população e dos órgãos de fiscalização com relação aos controles ambientais.
As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Avaliação do uso de diferentes tipos de polímeros supressores de pó no controle de emissões atmosféricas durante o transporte de minério de ferro na EFVM - Estrada de Ferro Vitória a Minas, defendida por Marcos Vinícius Sampaio Borba, no Programa de Mestrado Profissional em Uso Sustentável de Recursos Naturais em Regiões Tropicais do Instituto Tecnológico VALE (ITV), sob orientação do professor Paulo Antônio de Souza Júnior.
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