Publicado em 17 de setembro de 2020 por Mecânica de Comunicação
Os Resíduos da Construção Civil (RCC) são os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. Com efeito, os RCC no Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, têm uma representatividade de 50% a 70% da massa dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).
A disposição irregular dos RCC pode gerar vários problemas para as cidades brasileiras. Além disso, a sua gestão inadequada representa um grande desperdício econômico, visto que estes não só constituem a maior fração em massa dos resíduos gerados nas cidades, como em muitos casos são compostos em grande parte por material passível de reciclagem ou reaproveitamento
Neste sentindo, com a necessidade de gerenciamento e uma disposição adequada para estes resíduos, o Ministério do Meio Ambiente – MMA (2002), por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) definiu a Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, para estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos adequados para os RCC’s.
A finalidade do CONAMA 307/2002 é propor que toda empresa de construção civil deve se responsabilizar pela não geração destes resíduos, todavia caso ocorra esta geração, a empresa precisa encontrar formas de incentivar a redução, reutilização, reciclagem e a disposição final dos resíduos.
Dessa forma, as usinas de reciclagem de RCC estão entre os destinos ambientalmente adequados para receber os resíduos da construção civil. Elas constituem-se no elemento fundamental e indispensável para o fechamento do ciclo produtivo, gerando novos produtos, que tem uso economicamente interessante à própria indústria da construção, provocando, com sua utilização, não somente uma redução no custo total da obra, mas, sobretudo na redução a agressão ambiental.
Nesta linha de ação, a principal função de uma usina de reciclagem de RCC é o processo de obtenção de agregados (areia, brita, ração e bica corrida) que envolve a seleção destes materiais recicláveis do entulho, posteriormente a trituração em equipamentos apropriados gerando um novo material que será classificado segundo sua composição/granulometria.
Todavia, mesmo com essa alternativa sustentável, ainda no Brasil há poucas usinas instaladas e em funcionamento, incluindo a região Norte. Segundo os dados da Associação Brasileira para a Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição – ABRECON, existem pelo menos 310 usinas sendo 74% fixas, 21% móveis e 5% fixas e móveis. O Estado de São Paulo concentra mais da metade das usinas instaladas, 54% do total, isso se deve a maior concentração da atividade da construção civil o que consequentemente tem-se uma maior geração de resíduos.
São basicamente três tipos de plantas para usinas de resíduos da construção civil: Plantas Móveis, Plantas Semimóveis e Plantas Fixas. A usina com Planta Móvel tem como característica a mobilização constante, ou seja, poder ser utilizada em qualquer espaço físico. Já as Plantas de Usina Semimóveis possuem facilidade de instalação, manuseio, rapidez e economia da montagem, sendo recomendadas em caso de empreendimentos de curto ou médio prazo. E por fim, as Plantas de Usina Fixas que são comumente utilizadas em empreendimentos de espaço físico definitiva.
As considerações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Análise para Implementação de Usina para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil em Tucuruí-PA, defendida por Rafaela Ribeiro Siqueira, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Pará, sob orientação do professor Alcebíades Negrão Macêdo.
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