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Publicado em 11 de novembro de 2021 por Mecânica de Comunicação

Manter as pastagens em boas condições e recuperar as áreas degradadas trazem benefícios ambientais

A gestão da pastagem possibilita estabelecer arranjos hierárquicos dos quatro fatores envolvidos em um sistema de produção animal: recursos físicos (características edafológicas e climáticas); recursos vegetais (aspectos morfológicos e fenológicos da forrageira); recursos animais; e o sistema de manejo.

Para a ótima gestão da pastagem, o produtor ou gerente da propriedade deve conhecer a situação dos recursos físicos e vegetais da propriedade, pois irá permitir uma melhor gestão desses recursos. Por outro lado, o intervalo de descanso e frequência do pastejo é uma das estratégias mais importantes para manter o bom desenvolvimento do pasto. Definir esses intervalos vai permitir de acordo com o tipo de cultura o máximo de aproveitamento da área foliar como o tempo que precisa para rebrotar de forma ótima.

A sustentabilidade dos pastos tropicais está baseada na eficiência do manejo de solo, especificamente na otimização da ciclagem de nutrientes aplicando, minimizando perdas e priorizando a entrada de nutrientes com adubação de forma periódica e reposição via aumento da matéria orgânica do solo. Já manejo do animal influencia no processo de extração e reciclagem dos nutrientes, ou seja, a pastagem perene e pastejo contínuo a reciclagem dos nutrientes é de 70% a 90%.

Manter as pastagens em boas condições ambientais e recuperar as pastagens degradadas trazem benefícios ao meio ambiente. Por exemplo, a incorporação do enfoque ecológico no sistema produtivo pecuário tem demostrado grandes resultados, como a mudança na concepção de produzir mais em menor área, diminuindo os impactos ambientais. Com o enfoque ecológico, as pastagens são ecossistemas que oferecem serviços e benefícios ambientais, mas que estão ameaçadas pelo processo de degradação. Diante dessa preocupação, o uso de estratégias para o melhoramento das condições ambientais das pastagens que possibilitem a restauração do ecossistema degradado e, em contrapartida, gere benefícios econômicos e ecológicos, tornando-se um sistema de produção pecuária sustentável.

A pecuária é responsável pela emissão de importantes Gases de Efeito Estufa (GEE) como o Metano (CH4), o oxido de nitroso (N2O) e o gás carbono (CO2). Identificando e melhorando as condições de saúde da pastagem e do manejo pecuário, os serviços ecossistêmicos são potencializados, ou seja, diminui a produção de GEE como o CH4 e aumenta o estoque CO2 no solo. Além disso, as pastagens produtivas são tão efetivas para acumular carbono no solo que, em algumas ocasiões, superam o armazenamento das áreas de florestas nativas; aumenta a produção de vapor de água para a atmosfera por meio da evapotranspiração; promovem a conservação dos solos e facilitam a capacidade de rebrota dos pastos.

Em regiões onde predomina a vegetação nativa o desmatamento é mais intenso, particularmente em fronteira com a pecuária bovina extensiva, devido entre outras causas, ao alto investimento que pode representar a recuperação da pastagem que se encontra em um alto nível de degradação, o que leva por preferência desmatar que recuperar.

Por outro lado, isso poderia ser mitigado, uma vez que a recuperação de pastagens também é vista de forma positiva para o meio ambiente, pois contribui para a redução do desmatamento para abertura de novas áreas pela atividade pecuária. Para um hectare de pastagem recuperado, pelo menos dois hectares de vegetação natural deixam de ser desmatados contribuindo para a mitigação das emissões de GEE. Ambientes como o Cerrado, os solos descobertos podem perder a sua produtividade em até 59 toneladas solo/ha/ano, mas pastagens bem manejadas diminuem os riscos de erosão. Na atualidade, a incorporação do enfoque de sustentabilidade no sistema produtivo pecuário tem demostrado grandes resultados, como a mudança de concepção de produzir mais em áreas menores para diminuição dos impactos provenientes da produção.

As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Práticas de manejo pecuário na microrregião de São Miguel do Araguaia, Goiás: uma análise a partir de dados de campo e de sensoriamento remoto, defendida por Oscar Ivan de Oro Aguado, no Programa de Mestrado em Ciências Ambientais (CIAMB), da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob orientação do professor Laerte Guimarães Ferreira e coorientação de Fernando Moreira de Araújo.