Publicado em 10 de fevereiro de 2022 por Mecânica de Comunicação
O conceito de sustentabilidade de edificações vem se modificando ao incorporar novas diretrizes e necessidades da sociedade. Dessa forma, a sustentabilidade deve ser vista de forma holística, abarcando a interdisciplinaridade como ferramenta de análise da realidade, e integrando diversas dimensões e diretrizes, a fim de se ter melhores resultados na construção de edificações sustentáveis.
A definição de sustentabilidade, levando em consideração apenas três dimensões principais: econômica, social e ambiental, pode ser considerada, atualmente, desatualizada, quando aplicada a edificações, uma vez que outras dimensões devem ser consideradas, como política, psicológica e cultural. Também há a busca por ferramentas e diretrizes que proporcionem e que privilegiem o bem-estar do usuário frente ao ambiente construído.
A salubridade dos espaços e o papel do ambiente construído na saúde física e mental dos ocupantes vêm sido discutido amplamente, tanto pela arquitetura e construção civil, quanto pela psicologia e medicina. É possível identificar esses esforços no surgimento de legislações e normas que regulam parâmetros básicos de salubridade, na popularização de ferramentas assistivas e classificatórias sobre conforto ambiental, desempenho de e sustentabilidade das edificações, e também, na literatura científica.
Assim, o design biofílico propõe uma nova estrutura para beneficiar a experiência de contato com a natureza na edificação e no meio ambiente natural. Ele apresenta uma nova dimensão aos projetos arquitetônicos, denominado "design ambiental restaurativo" que, além de incentivar e melhorar o contato entre as pessoas e a natureza no contexto urbano, minimiza impactos ambientais, preservando os recursos naturais e assumindo estratégias preservação ambiental.
O Design Biofílico pode reduzir o estresse, melhorar as funções cognitivas, a criatividade e o bem-estar. O apelo por aspectos da edificação que sensibilizam os sentidos, especialmente a visão, exercem grande participação na experiência positiva e restauradora do usuário ao interagir com o ambiente construído.
Ele também pode acelerar o processo de cura. Em ambientes hospitalares, uma pesquisa desenvolvida por Ulrich (1993) focada na influência que a natureza exercia na recuperação de pacientes demonstrou que pacientes que foram alocados em quartos com vista para ambientes naturais recebiam alta em 7,96 dias comparados a 8,71 dias para pacientes que não tinham acesso a vistas para paisagens naturais.
Mesmo não trazendo em si ferramentas inovadoras atuais, o design biofílico ganha caráter inovador ao ser empregado como ferramenta restaurativa, isto é, como elementos que proporcionam uma experiência restaurativa na saúde física e mental do usuário. Isso significa que os parâmetros e padrões propostos pelo Design Biofílico na arquitetura se alinham com as questões mais recentes abordadas pela sustentabilidade. Tanto na preocupação em desenvolver espaços mais saudáveis para os usuários, quanto na preocupação ecológica de preservação de recursos e a minimização de impactos ambientais oriundos da prática profissional da construção civil.
As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Design Biofílico: Ampliando o Conceito de Sustentabilidade de Edificações, defendida por Pedro Henrique Ferreira Muza, junto ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, sob orientação da professora Raquel Naves Blumenschein.
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